Mostrando postagens com marcador Divagações Tribais e Afins. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Divagações Tribais e Afins. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A POSTURA DO ESTILO TRIBAL tradução Mariana Quadros

Texto de Carolena Nericcio, traduzido por Mariana Quadros 
Texto original aqui: 
http://marianaquadrostribal.blogspot.com.br/2010/04/postura-do-estilo-tribal.html

"Postura" por Carolena Nericcio  
(tradução Mariana Quadros)
FatChanceBellyDance 2011
Fui questionada diversas vezes ao longo dos anos sobre a postura usada em nosso estilo, interpretada por muitos como uma hiperextensão da coluna. É provável que esse erro comum seja cometido ou por quem nos assiste apenas nos shows ou por quem assiste às aulas, mas não é capaz de identificar os realinhamentos posturais e músculos envolvidos na nossa postura de dança. É fato que uma coluna arqueada, ou hiperextensão da coluna lombar, não só limitaria o controle dos músculos abdominais (eles ficariam rígidos) como causaria dor e possivelmente lesão na lombar.

Quando vamos dançar, transformamos a postura do dia-a-dia em uma postura que nos permita mais liberdade de movimento e uma silhueta esteticamente agradável. Na postura diária a coluna é feita para sustentar o tronco sem sobrecarregar o sistema muscular. As curvas naturais ao longo da coluna são um sistema de apoio genial, e são posicionadas para facilitar o equilíbrio da cabeça, dos ombros e das costelas. Nessa postura comum o topo da pélvis gira para frente, e a parte de baixo gira para trás, proporcionando uma condição em que o cóccix é usado como um “leme” para a movimentação do tronco. Na postura de dança, a parte de cima da pélvis gira para trás e a parte de baixo para frente, posicionando o peso nos calcanhares, atrás do centro natural do corpo. Essa mudança de peso serve pra liberar o cóccix e permitir que a pélvis fique “pendurada”, propiciando maior mobilidade. Porém, nessa nova postura as costelas ficam muito à frente do centro. Girando os ombros para trás e erguendo as costelas, redesenhamos temporariamente as curvas da coluna para equilibrar o corpo sem sobrecarregar os músculos necessários para a dança.

O que alguns interpretam como “coluna arqueada” (o que incluiria a hiperextensão do cóccix) é na verdade uma pélvis neutra com as costelas erguidas, criando um novo espaço para movimentação logo abaixo do diafragma. É um ponto estável, da mesma maneira que a postura diária.

As costelas não se erguem por nenhuma contração abdominal ativa, e sim pela contração de uma série de músculos nas costas, ao longo da coluna. Algumas pessoas acham essa postura desconfortável e difícil de manter no começo. No entanto, com tempo e esforço consciente, essa postura começa a parecer natural, até mesmo essencial para os movimentos da dança. Você não se inclina para trás, apenas muda o peso para trás do centro natural do corpo.

Esteticamente, a costela erguida e a coluna neutra combinam com os movimentos e atitude poderosa da dança tribal. Qualquer um entende a linguagem corporal confiante de um peito erguido; enquanto um peito afundado demonstra derrota e baixa auto-estima. Um peito erguido demais é sinal de insegurança camuflada por uma postura exagerada. Você deve parecer confortável na postura de dança, não na defensiva. Isso não quer dizer que o tronco neutro usado em estilos mais tradicionais de dança do ventre seja errado. Trata-se puramente de uma escolha da bailarina para se encaixar com os movimentos e atitude do estilo representado.

Tente esse exercício: fique em pé e aproxime os pés, talvez com os calcanhares se tocando e os dedos virados para fora apenas o suficiente para proporcionar equilíbrio (não com os dedos para fora como no balé). Aponte o dedo da mão para seu umbigo e empurre a cintura para trás, ao mesmo tempo em que libera o cóccix em vez de levantá-lo em hiperextensão. Agora, sinta como as costelas estão desconfortáveis, penduradas à frente do antigo centro. Para mudar isso, gire os ombros para trás espalhando as escápulas e erga as costelas contraindo o meio das costas. Isso deve lhe dar a sensação de que a coluna voltou a ser o principal suporte do tronco, proporcionando uma postura estável que lhe permitirá a movimentação para qualquer direção necessária. Experimente diferentes níveis de levantamento das costelas, já que todos são diferentes nesse sentido. Não erga demais as costelas, isso causará redução da mobilidade. “Guarde o levantamento máximo das costelas para ênfase em movimentos da dança, como a ondulação ou rotação das costelas.


(Texto traduzido por Mariana Quadros - publicado em abril de 2010 no Blog Divagações Tribais e Afins)

quinta-feira, 21 de maio de 2015

BE-A-BÁ DO TRIBAL por Mariana Quadros


Mariana Quadros, além de inspiração como "pessoa dançante", sempre fonte de estudo, por produzir textos que nos ajudaram a entender o caminho do Tribal traduzido para o português, rs.

Mariana faz uma releitura de uns dos seus texto, trazendo ainda mais clareza para entendermos, afinal: 
O que é TRIBAL?

Achei fantástico e muito necessário compartilhá-lo! 

*** Tribal - Genérico, assim sem nenhuma especificação, geralmente faz referência ao Tribal Fusion ou ATS® versus a Dança do Ventre, mas também pode significar uma dessas duas danças distintas: 
1) Danças de tribos de qualquer parte do mundo
2) O estilo tribal "original" feito pela Jamila Salimpour e sua trupe Bal Anat - leia todo conteúdo aqui!

*** American Tribal Style® ou ATS® - Esse foi o estilo que surgiu dando início ao restante do movimento tribal. - leia todo conteúdo aqui!

***ITS - Improvised Tribal Style (ou estilo tribal de improvisação) - leia todo conteúdo aqui!

*** Tribal Fusionleia todo conteúdo aqui!
Do Tribal Fusion, surgiram e ainda surgem muitos sub-gêneros como o Dark Fusion, o Tribal Brasil, o Tribal Gótico, e assim por diante. Escrito por Mariana Quadros.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A FILOSOFIA DO TRIBAL por Mariana Quadros

Texto de Mariana Quadros - Texto original aqui: 
http://marianaquadrostribal.blogspot.com.br/2011/12/filosofia-do-tribal.html
http://www.manhattantribal.com/

Tem uma parte que eu gosto muito no Tribal, que é a ideia que existe por trás do estilo.

A proposta do Tribal, a princípio, é a de reunir um grupo de mulheres para dançar e permitir que elas tenham um mesmo vocabulário de passos e possam dançar juntas e se divertirem até mesmo sem se conhecerem.

Essa é a premissa do American Tribal Style (ATS), estilo que se desdobrou e teve um monte de crias, inclusive o Tribal Fusion.

Junto com essa ideia, surgiram outras, como a de expandir a dança do ventre para além dos meios em que ela circulava, basicamente de bares e restaurantes. O Tribal, por ser uma dança em grupo, era mais apropriada para ser apresentada em palcos grandes, teatros e afins, o que abria o leque de locais e público.

Além disso, também existia a vontade de passar outra mensagem com o Tribal, diferente da dança do ventre, e que também é muito responsável pela caracterização do estilo.

Esse grupo de mulheres dançando juntas não dança para agradar a ninguém, nem para exibir seu charme. Elas dançam para si mesmas, umas pras outras, sem se preocupar se são magras ou bonitas para os padrões da sociedade.

É uma maneira de celebrar o fato de serem mulheres e confraternizar.

Elas vêm em grupos, poderosas, e não sozinhas como as bailarinas de Dança do Ventre.

Por esse motivo, a Dança Tribal acabou atraindo um novo grupo de mulheres que muitas vezes nem pensaria em fazer dança do ventre tradicional. Daí vem o fato de ter muito mais "gordinhas" do que na dança do ventre, muito mais tatuadas, e por aí vai.

http://www.manhattantribal.com/
Além do mais, pode-se dizer que as roupas permitem muito mais a valorização de diferentes biotipos, não existe nenhuma regra que diz que ela tem que ser de determinada maneira, as possibilidades são inúmeras e não é preciso mostrar nenhuma parte do corpo se essa não for a vontade da bailarina.

Por isso é que os grupos de Tribal nos passam aquela impressão de imponência, de "sim, nós somos demais!"

Daí, é impossível não sentir que esse aspecto do estilo fica bem enfraquecido na modalidade solo.
O próprio nome é contraditório: tribal solo. Não existe tribo de um.

Mas o fato é que apareceram bailarinas solo que usavam as mesmas roupas e a mesma técnica dos grupos, caracterizando-as, por mais que parecesse contraditório, como Tribal.

E o engraçado é que essas bailarinas, ainda que sozinhas, passam a mesma impressão de "eu não tô nem aí pro que você pensa" dos grupos.

E é aí que entra a parte filosófica da coisa: a ideia está lá, aquela é a semente, por mais que se dance sozinha, sabe-se qual é a origem de tudo e existe a preocupação de preservar a ideia inicial.

Eu senti uma diferença imensa de atitude na primeira vez que vi uma bailarina de Tribal, por mais que ela dançasse sozinha, existia alguma coisa ali que a tornava muito diferente de todas as outras que eu já tinha visto até então.


E eu acredito muito que esse algo a mais não eram apensa passos ou técnicas.

(Texto de Mariana Quadros - publicado em dezembro de 2011 no Blog Divagações Tribais e Afins)

Para vídeos:
http://marianaquadrostribal.blogspot.com.br/2011/12/filosofia-do-tribal.html