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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O NASCIMENTO DO BAL ANAT...

e outras aventuras por Aziza!
Texto extraíto do blog Gilded Serpent - http://www.gildedserpent.com/articles14/aziza9BirthofBalAnat.htm

Em 1968, Jamila faz frutificar o plano que há muito estava latente em sua mente. Ela foi convidada para fazer uma palestra na Universidade de Sao Francisco, e decidiu apresentar uma cronologia da Deusa Mãe e dança correspondente através dos tempos. 

Para sua apresentação, ela alinhou uma série de bailarinas, dando grande enfoque aos trajes, danças, etc, acompanhando sua palestra. Por exemplo, ela fez para Amina um grande e lindo colar, e uma saia estilo egípcio, e queria que ela fosse de topless para parecer realmente autêntico, mas Amina não quis, então ela usou um collant cor da pele, ao invés disto. Eu era o final da apresnetação, a dançarina de cabaré moderno. Um dia antes do dia da apresentação, Bobby Kennedy foi assassinado, por isso adiamos nosso show por algumas semanas. 

A partir desta palestra / demostração teve início o famoso Bal Anat.





Jamila então formou uma Trupe e Show mais organizado levou-o para o Reinassence Pleasure Faire todos os anos. Bal Anat tinha um monte de performances inusitadas em apresentações de curta duração. Havia garotas que dançavam em copos de água, as meninas que dançavam com cobras ou espadas, e as meninas que equilibraram as coisas em suas cabeças, desde jarros simples a bandejas completas com serviço de chá. 

Na verdade, eu não deveria dizer apenas meninas, havia alguns homens que se juntaram à trupe de tempos em tempos, e que sempre foram muito populares com o público. 

Pela primeira vez Jamila apresentava um verdadeiro show planejado, ao contrário das bailarinas de "espírito livre" que iam ao Reinassence Pleasure Faire  e dançavam por todos os lugares (sem algo definido). A Feira se localizava em Marin County, CA, mas depois foi relocada definitivamente para  Black Point.
 
Jamila e o Bal Anat continuaram a se apresentar lá, até que ela e os Pattersons (organizadores) tiveram muitas divergências e Jamila deixou de se apresentar com sua trupe. O Bal Anat foi sucedido na Northern Faire por John Compton e sua trupe  Hahbi 'Ru, assim como e a trupe de Suhaila Salimpour.


Jamila queria que parecesse ao público que eles estavam assistindo a um verdadeiro show do Oriente Médio, e por isso queria um alto grau de autenticidade nos figurinos (pelo menos aparente). No início, quando fazíamos o final  (eu, alternando com Galya), usávamos um traje mais ou menos padrão cabaret, embora, com certeza, eram moedas e cores suaves. Mais tarde, quando voltei a trupe por algumas performances, e eu tinha que usar assiut com minhas moedas e estar bastante coberta, com exceção de minha barriga. A música sempre foi um fator. Claro, não poderíamos usar qualquer coisa enlatada ou amplificada, por isso precisávamos de músicos ao vivo, que poderiam tocar alguma coisa num volume alto o suficiente para ser ouvido sem amplificadores. O oud não era alto o suficiente, nem o santour nem Kanoun, mas Jamila logo descobriu que ela precisava de um mizmar, acompanhado por uma variedade de dumbeks e uma beladi tabl, assim como os gritos e zaghareets dos bailarinos. Era um algazarra, e sempre atraiu uma grande multidão. Enquanto a  filha de Jamila crescia e se desenvolvia,  ela se juntou a trupe e sendo uma linda menininha que sabia dançar, Suhaila sempre foi um grande para atração para o público.
Surgiram a partir dessas raízes, muitas trupes mais ou menos étnicas, muitas das quais, se apresentavam em pequenas produções do tipo Reinassence Pleasure Faire, em todo o país. Nenhum deles que eu já vi (exceto talvez Hahbi 'Ru) tem o escopo e refinamento do Bal Anat

Fatchance Bellydance levou  a dança étnica de aparência em uma direção diferente, e formou uma apresentação suave e perfeita, muito admirada, mas nunca alcançada por seus muitos clones. Todo o movimento tornou-se conhecido pelo termo genérico de dança tribal americana. No entanto, em geral, não se originam em qualquer cultura em particular, mas é uma fusão de muitas. (Não me refiro, aqui, às danças específicas Ouled Nail, Ghawazi, etc) Até o figurino é uma fusão, incorporando elementos da cultura indiana, cigana, beduína e assim por diante - incluindo alguns cabaret - em sua mistura. É uma linda e sedutora mistura. 

A cereja deste bolo multi-camadas é a proliferação de tatuagens em todas e quaisquer partes de corpos dos dançarinos. Eu acho que as meninas lindamente tatuadas do Fatchance Bellydance foram o verdadeiro início da tendência, que encorajou bailarinos irem além de suas tatuagens tribais temporárias e de henna para decoração de corpo inteiro.
Para o texto completo: 

(Traduzido livremente por Carine Würch do site

quinta-feira, 21 de maio de 2015

BE-A-BÁ DO TRIBAL por Mariana Quadros


Mariana Quadros, além de inspiração como "pessoa dançante", sempre fonte de estudo, por produzir textos que nos ajudaram a entender o caminho do Tribal traduzido para o português, rs.

Mariana faz uma releitura de uns dos seus texto, trazendo ainda mais clareza para entendermos, afinal: 
O que é TRIBAL?

Achei fantástico e muito necessário compartilhá-lo! 

*** Tribal - Genérico, assim sem nenhuma especificação, geralmente faz referência ao Tribal Fusion ou ATS® versus a Dança do Ventre, mas também pode significar uma dessas duas danças distintas: 
1) Danças de tribos de qualquer parte do mundo
2) O estilo tribal "original" feito pela Jamila Salimpour e sua trupe Bal Anat - leia todo conteúdo aqui!

*** American Tribal Style® ou ATS® - Esse foi o estilo que surgiu dando início ao restante do movimento tribal. - leia todo conteúdo aqui!

***ITS - Improvised Tribal Style (ou estilo tribal de improvisação) - leia todo conteúdo aqui!

*** Tribal Fusionleia todo conteúdo aqui!
Do Tribal Fusion, surgiram e ainda surgem muitos sub-gêneros como o Dark Fusion, o Tribal Brasil, o Tribal Gótico, e assim por diante. Escrito por Mariana Quadros.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

UMA HISTÓRIA DO ESTILO TRIBAL AMERICANO

Texto extraído do Blog Tribal Mind
*por Rina Orellana Rall, principal dançarina FCBD 1988-1998
Tradutora: Suzana Guerra | Revisão: Aline Oliveira

A Dança do Ventre de Estilo Tribal Americano é claramente uma nova forma de dança com suas origens na dança do Oriente Médio tradicional. Os componentes desta história incluem as dançarinas ciganas que inspiraram os Orientalistas do século dezenove e a introdução da dança nos Estados Unidos na Feira Mundial de Chicago em 1893. A dança cigana então se transformou num estilo de dança de cabaré urbano para agradar um público antigo no Egito. Também incluídas nesta história estão as professoras dos últimos cinqüenta anos que são a linhagem direta do que atualmente é conhecido como Estilo Tribal Americano: Jamila Salimpour, diretora de Bal-Anat, Masha Archer, diretora da Trupe de Dança Clássica de São Francisco, e Carolena Nericcio, diretora da FatChance BellyDance. A Dança do Ventre na era moderna sempre se modificou para satisfazer as expectativas de seus expectadores e isso é o que liga as dançarinas ciganas do século dezenove do Oriente Médio com as dançarinas Americanas modernas do século vinte.

Breve Avaliação da Dança do Ventre e Definição de Estilo Tribal Americano - Quando uma dança particular é tirada de seu contexto cultural e colocada em um palco, ela muda. Ela muda de modo que satisfaça seu novo público e suas expectativas. A Dança do Ventre como entretenimento secular do Oriente Médio, no entanto, sempre se adaptou e mudou para ajustar-se às expectativas de seus expectadores. O ímpeto para a adaptabilidade é um assunto econômico. É encorajar os expectadores a darem mais dinheiro às dançarinas. Isto é verdade para as dançarinas ciganas que a originaram, verdade para as dançarinas de cabaré Árabes que a transformaram e verdade para as dançarinas Americanas que a adotaram. Meu foco aqui é estudar a Dança do Ventre de Estilo Tribal Americano que tem suas raízes nas danças ciganas do Oriente Médio mas carrega o toque moderno de sensibilidades artísticas Americanas.

Um exemplo principal de Estilo Tribal Americano apresentado hoje é da FatChance BellyDance da qual eu sou a diretora assistente e com a qual tenho me apresentado desde 1989. Eu tenho uma tendência a querer usar a forma de dança como meu próprio veículo de auto expressão sem prestar muita atenção ao contexto cultural. No entanto, eu sei que sem o fundo cultural eu nunca determinaria a dança por inspiração. Então, eu focarei na linhagem direta que levou até o estilo da FatChance e o contexto cultural do qual a forma de dança originou-se.
A linhagem começa com as dançarinas ciganas da África do Norte, particularmente as Ghawazee do Egito e as Ouled Nail da Argélia. As dançarinas ciganas apresentaram-se nos Estados Unidos em 1893 na Grande Exposição de Columbia em Chicago. O movimento que estas dançarinas criaram gerou espetáculos burlescos e inspirou todo um novo gênero de Hollywood da mulher sedutora. As dançarinas árabes foram atraídas a este glamour e quiseram imitar os ideais Ocidentais. Então elas adotaram a versão de Hollywood como sua própria. Assim, a dança do ventre de cabaré Egípcio moderna tradicional é uma construção Americana que foi modificada pelas Árabes para suas próprias necessidades artísticas e econômicas.

Jamila Salimpour, americana, é considerada a criadora da Dança do Ventre de Estilo Tribal Americano. Seu grupo de dança, Bal-Anat, construiu o caminho para outras usarem uma fusão das várias danças regionais do Oriente Médio e África do Norte como inspiração para sua própria versão de dança do ventre. Masha Archer, uma ex-aluna de Jamila, acrescentou mais uniformidade ao novo estilo, por meio de não distinção entre as regiões e simplesmente identificando-as como dança do ventre. Carolena Nericcio formou a FatChance BellyDance depois de estudar com Masha e combina as metodologias das duas professoras. O que essas artistas Americanas têm em comum com suas criadoras ciganas é que todas elas adaptaram a dança para atender suas necessidades de sobrevivência e de valor de entretenimento.



O Estilo Tribal Americano é um estilo de fusão étnica, influenciado pela dança do Oriente Médio mas inspirado pelas sensibilidades artísticas Americanas. Não tem nada a ver com a representação de uma tribo particular, mas ele combina vocabulários de movimento e traje regional para formar uma apresentação coesa. A parte "Americana" do rótulo reconhece que as dançarinas estão continentes de distância da cultura que criou a forma de dança e estão tirando licença artística com ela. No entanto, elas ainda devem reconhecer, respeitar e honrar as raízes. A aparência do Estilo Tribal Americano parece autêntica por causa de sua semelhança com várias tribos ciganas por toda a África do Norte, Oriente Médio e Índia. Muitas vezes, os Árabes comentam que o estilo os lembra do 'lar'. No entanto, os trajes não são autênticos mas dão a sensação de lar.



O Passado Cigano

A Dança do Ventre tem origens em cultos de fertilidade antigos e auxílio no nascimento das crianças em um tempo em que a religião era uma parte integrante da vida diária e tinha relevância em cada aspecto da existência humana. No entanto, a dança pélvica feminina desapareceu em muitas partes do mundo, mas permaneceu em áreas como o Oriente Médio e África do Norte.4 Ela então progrediu de uma esfera religiosa para o reino de espetáculo e entretenimento em uma nova classe de dançarinas profissionais.

A aceitabilidade da dança no Oriente Médio estava entrelaçada com o papel das mulheres na sociedade. Nenhuma mulher Egípcia bem criada consideraria dançar em público. A dança como um passatempo social no limite do lar era aceitável para as mulheres apenas entreterem uma a outra. A dança profissional era o domínio das classes inferiores quando ela era limitada às "ciganas, comunidades minoritárias e os membros mais pobres da sociedade". Desconfiavam destas dançarinas por seus modos rebeldes, contudo elas foram recebidas com prazer nos lares das classes superiores para animar festividades de família.

As ciganas sempre assimilaram costumes e tradições locais e faziam os seus próprios. Elas poliram e ampliaram a dança e música local a fim de usá-las como um meio de sustento. Então, quando os Franceses encontraram a dança na África do Norte em 1798 durante as invasões Napoleônicas, as dançarinas ciganas logo descobriram que os soldados Franceses eram uma nova e abundante fonte de renda. Elas adaptaram seu repertório para atrair mais renda. A elite nativa e educada não sentia que a dança era respeitável nem importante o bastante para registrar. Naturalmente, as dançarinas se tornaram uma obsessão para muitos viajantes Ocidentais por causa da suposta sensualidade proibida que as dançarinas representavam.

Jamila Salimpour

Ela é creditada por muitos pelo início da revivificação da dança do ventre nos Estados Unidos e ser a criadora do que é agora conhecido como Estilo Tribal Americano. Ela também desenvolveu um método de listagem detalhada verbal e terminologia para os movimentos que ela aprendeu de artistas visitantes do Oriente Médio. Sua introdução à dança veio com as descrições de seu pai das dançarinas Ghawazee no Egito enquanto ele se situava lá com o exército Siciliano. Ela também acompanhou a sua senhoria Egípcia a filmes Egípcios quando a dança era exibida. Ela tentou se lembrar de cada movimento que ela tinha visto: "E assim, das lembranças de meu pai, do conhecimento em primeira mão de minha senhoria e dos exemplos do filme, isto foi como eu adquiri minha informação sobre a dança".

Ela começou ensinando dança no início dos anos 50, mas teve dificuldade porque ela nunca tinha aprendido formalmente a dança e não sabia como ensiná-la. Isto foi até que ela começasse a dançar em São Francisco nos anos 60 e virasse dona do Bagdad Cabaret na Broadway no qual ela foi exposta a dançarinas contratadas de diferentes países no Oriente Médio. Neste ponto ela começou a catalogar movimentos e criar um vocabulário de dança utilizável:

O acúmulo de informação criou um repertório vasto para suas alunas coreografarem suas próprias peças. Jamila tinha se concentrado no estilo de cabaré tradicional que era adequado para boates, mas em 1967 ela começou a perder algumas das suas alunas. Ela descobriu que elas estavam indo com figurino para a Renaissance Pleasure Faire (Feira de Prazer da Renascença) na Califórnia do Norte e apresentando-se espontaneamente ao longo da Feira. O organizador da Feira suplicou a ela para controlar a situação. Então, ela formou o grupo Bal-Anat para organizar as dançarinas para se apresentarem na Feira e dirigir suas alunas.

A experiência de Jamila como uma acrobata com o Ringling Brothers Circus enquanto ela era uma adolescente se tornou treinamento essencial para o novo formato do grupo. Ela moldou a trupe depois de um show de variedades similar ao circo que poderia ser visto em um bazar no Oriente Médio. O show de variedades continha números de dança que eram de três a cinco minutos de duração e representava um perfil dos velhos estilos do Oriente Médio. Suas alunas Americanas representaram músicos do Egito e Marrocos, uma dançarina da Ouled Nail da Argélia, dançarinas da Turquia e dançarinos de bandeja masculinos.

O estilo de Bal-Anat não foi identificado na ocasião porque cada membro representava uma dança regional diferente e vestia um traje apropriado. Porém, elas poderiam ser identificadas como Estilo Tribal Americano por causa da definição de fusão étnica, e porque elas modificaram seu espetáculo para um público Americano em um palco Americano.

O formato de Bal-Anat foi imitado por todos os Estados Unidos, embora as novas praticantes normalmente não soubessem de onde o estilo originou-se. "Realmente, muitas pessoas pensavam que ele era a 'idéia genuína' quando na realidade era metade  genuíno e metade falso". Os expectadores na Feira pensaram que testemunharam danças autênticas embora o folheto os informasse que o grupo era de muitas tribos. Jamila especula que é de onde a expressão "dança tribal" originou-se. Enquanto dirigia a Bal-Anat para a Renaissance Pleasure Faire, Jamila continuou a treinar suas alunas no estilo de cabaré. Ela freqüentemente as mandava se apresentar nas várias boates na Área da Baía de São Francisco até mesmo depois que ela se aposentou de apresentação.

Masha Archer

Descontinuou seus estudos com Jamila uma vez que ela estava pronta para se apresentar nos clubes. Ela estudou com Jamila Salimpour durante dois anos e meio e uns semestres antes de fundar a Trupe de Dança Clássica de São Francisco que existiu durante quatorze anos (dos anos 70 até meados dos anos 80). De acordo com Masha, Jamila sentiu que a dança merecia um local melhor do que restaurantes e bares, mas não havia nada que poderia ser feito sobre isto: "Ela contava que tão desagradável quanto a cena podia ser, você tinha que aguentar aquilo porque era apenas uma competição na cidade".

A disciplina original de Masha foi extraída e ela usou a dança para expressar as linhas que ela imaginou. Ela considera que sua herança artística é inspirada por algo especial e responsavelmente usa qualquer parte que deseja:

Ela não usa qualquer rótulo no momento de definir seu estilo. Era simplesmente "Dança do Ventre". Carolena Nericcio, membro da sua trupe durante sete anos, comicamente chama estilo de Masha, a "Tribal Art Noveau (Nova Arte Tribal), porque ela queria que seu traje refletisse mais que uma mistura de arte Européia".

A abordagem de Masha ao figurino foi influenciada por Jamila, mas ela a empregou também "em um ecletismo aquisitivo explorador e maluco. "Nós enxergamos como uma espécie de Européia, Parisiense-Tunisianas com um visual tribal Bizantino muito forte, o que foi completamente inventado." Masha persistiu que o visual era aparentemente autêntico por causa das jóias tribais e peças antigas do Oriente Médio e Europa. Ela referiu-se a ele, apesar, como "Americano Moderno Autêntico" por causa do conceito Americano de tomar liberdades com autenticidade e origens.

Carolena Nericcio

Carolena Nericcio começou a estudar com Masha Archer aos quatorze anos de idade. Ela treinou com Masha durante sete anos antes do início da FatChance BellyDance em 1987. A FatChance é uma mistura das duas metodologias em termos de figurino e formato de palco. O formato de estilo tribal veio da Jamila: "...o coro, a montagem do coro de meia-lua e as dançarinas saindo individualmente para fazer uma pequena rotina de dois ou três minutos e depois voltando para o coro". Elas seguem o estilo da Jamila de usar trajes pesados mas o estilo da Masha de ter o mesmo visual de fusão para cada uma. Carolena enfatiza a  suas alunas a mesma presença de palco e personalidade em público que Masha e Jamila ensinaram. Ela também preserva toda a intensidade do encorajamento das dançarinas entre si com zhagareets (zagrutas) (a ululação vocal) durante uma apresentação. Uma ligação direta à Masha é a postura, mantendo o tórax erguido e gracioso e mantendo uma consciência de integridade.

Masha tomou liberdades com esta forma porque ela sentia que era permitido por sua herança artística. Carolena, no entanto, executou a dança  próximo a suas raízes culturais usando principalmente música folclórica da África do Norte e Oriente Médio e mantendo os movimentos básicos para dança do ventre:

Carolena tem um profundo respeito pela cultura de onde a dança do ventre se origina. Mas ela também se considera uma artista que quer reunir peças convenientes: "Eu quero ser capaz de promover esta cultura por idéias mais criativas mas eu também quero defendê-la de pessoas que desmontariam a estrutura dela". Fiel à natureza cigana de adaptabilidade para sobrevivência, a ênfase principal na sua estrutura é um "estilo esteticamente agradável", o que fornece um bom espetáculo. A FatChance dança músicas que as inspira e contribui para o sentimento tribal folclórico da trupe. Quando perguntaram se ela via Estilo Tribal Americano como puramente Americano ou como uma forma diferente do contexto cultural, Carolena respondeu que ela era ambas. Às vezes ela é mais Americana e às vezes ela é mais Egípcia.”

O que é muito importante, entretanto, é que as dançarinas mantêm o espírito fiel à cultura. Carolena sabe a importância de permanecer fiel ao contexto cultural, mas ela sabe que o Estilo Tribal Americano está aqui para ficar e constantemente evoluirá. Ela reconhece que as dançarinas têm uma responsabilidade de trazer mais integridade à dança e manter o espírito das raízes culturais. Porém, ela tem sentimentos opostos sobre como ela gostaria de ver esta dança evoluir nos próximos cinqüenta anos. Parte dela gostaria de ver a dança ganhar status teatral respeitável no palco. Mas ela também percebe que uma parte importante seria perdida porque a essência da dança é a interação com as pessoas "bem ali nas ruas".

A linhagem Americana desta forma de dança representou circunstâncias variadas para a sua evolução. Jamila Salimpour iniciou a Bal-Anat por necessidade econômica e representava várias regiões em seu repertório de dança. Masha Archer estava mais preocupada com a beleza da forma de dança e se desligou da cultura original. Carolena Nericcio modifica a dança para manter o público entretido, mas sempre mantém o espírito da cultura dos ciganos do Oriente Médio. O fator de união das três professoras na linhagem de Estilo Tribal Americano é a paixão pela essência da forma de dança em vez de representar uma réplica exata das dançarinas ciganas originais.


Texto Original - Aqui


Texto extraído do Blog Tribal Mind
*por Rina Orellana Rall, principal dançarina FCBD 1988-1998
Tradutora: Suzana Guerra | Revisão: Aline Oliveira

Visite e curta: Nossa Tribo & Nossa Dança

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A FILOSOFIA DO TRIBAL por Mariana Quadros

Texto de Mariana Quadros - Texto original aqui: 
http://marianaquadrostribal.blogspot.com.br/2011/12/filosofia-do-tribal.html
http://www.manhattantribal.com/

Tem uma parte que eu gosto muito no Tribal, que é a ideia que existe por trás do estilo.

A proposta do Tribal, a princípio, é a de reunir um grupo de mulheres para dançar e permitir que elas tenham um mesmo vocabulário de passos e possam dançar juntas e se divertirem até mesmo sem se conhecerem.

Essa é a premissa do American Tribal Style (ATS), estilo que se desdobrou e teve um monte de crias, inclusive o Tribal Fusion.

Junto com essa ideia, surgiram outras, como a de expandir a dança do ventre para além dos meios em que ela circulava, basicamente de bares e restaurantes. O Tribal, por ser uma dança em grupo, era mais apropriada para ser apresentada em palcos grandes, teatros e afins, o que abria o leque de locais e público.

Além disso, também existia a vontade de passar outra mensagem com o Tribal, diferente da dança do ventre, e que também é muito responsável pela caracterização do estilo.

Esse grupo de mulheres dançando juntas não dança para agradar a ninguém, nem para exibir seu charme. Elas dançam para si mesmas, umas pras outras, sem se preocupar se são magras ou bonitas para os padrões da sociedade.

É uma maneira de celebrar o fato de serem mulheres e confraternizar.

Elas vêm em grupos, poderosas, e não sozinhas como as bailarinas de Dança do Ventre.

Por esse motivo, a Dança Tribal acabou atraindo um novo grupo de mulheres que muitas vezes nem pensaria em fazer dança do ventre tradicional. Daí vem o fato de ter muito mais "gordinhas" do que na dança do ventre, muito mais tatuadas, e por aí vai.

http://www.manhattantribal.com/
Além do mais, pode-se dizer que as roupas permitem muito mais a valorização de diferentes biotipos, não existe nenhuma regra que diz que ela tem que ser de determinada maneira, as possibilidades são inúmeras e não é preciso mostrar nenhuma parte do corpo se essa não for a vontade da bailarina.

Por isso é que os grupos de Tribal nos passam aquela impressão de imponência, de "sim, nós somos demais!"

Daí, é impossível não sentir que esse aspecto do estilo fica bem enfraquecido na modalidade solo.
O próprio nome é contraditório: tribal solo. Não existe tribo de um.

Mas o fato é que apareceram bailarinas solo que usavam as mesmas roupas e a mesma técnica dos grupos, caracterizando-as, por mais que parecesse contraditório, como Tribal.

E o engraçado é que essas bailarinas, ainda que sozinhas, passam a mesma impressão de "eu não tô nem aí pro que você pensa" dos grupos.

E é aí que entra a parte filosófica da coisa: a ideia está lá, aquela é a semente, por mais que se dance sozinha, sabe-se qual é a origem de tudo e existe a preocupação de preservar a ideia inicial.

Eu senti uma diferença imensa de atitude na primeira vez que vi uma bailarina de Tribal, por mais que ela dançasse sozinha, existia alguma coisa ali que a tornava muito diferente de todas as outras que eu já tinha visto até então.


E eu acredito muito que esse algo a mais não eram apensa passos ou técnicas.

(Texto de Mariana Quadros - publicado em dezembro de 2011 no Blog Divagações Tribais e Afins)

Para vídeos:
http://marianaquadrostribal.blogspot.com.br/2011/12/filosofia-do-tribal.html

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Será que o que eu danço é Tribal?

Tem uma Maria, com quem eu debato muito. E olha que não são assuntos fáceis, mas a gente não tem medo de colocar o dedo na ferida, e pensar, se questionar, debater.

Desde que entendi o mundo do American Tribal Style, a nomenclatura, as raízes, meu mundo se abalou: será que o que eu danço é Tribal? Se não é, é o que? Quem qualifica ou desqualifica esta terminologia? Será que é tão difícil as pessoas se enquadrem numa terminologia correta - mas e o que é correto?

Do que tenho lido nos últimos meses, do meu ponto de vista - que não é acadêmico - só é uma opinião pessoal e muito suscetível a mudanças, caso seja convencida, rs - percebo que o termo "Dança Tribal", no Brasil, é um termo super abrangente, diferente de quando estamos falando do que é apresentado e aprendido nos EUA.

Lá é muito claro: TRIBAL  - ATS
                                       - TRIBAL STYLE
                                       - TRIBAL FUSION

O termo Tribal tem correlação com ATS - American TRIBAL Style, por isto o nome Tribal. Por consequência, tudo que derivou do ATS é Tribal. 

O Tribal não é Tribal porque é diferente da Dança do Ventre.

Aqui no Brasil percebo que há uma distinção. Tudo que fomos modificando, adicionando, fusionando, somando a Dança do Ventre, e transformando-a, se tornou o nosso Tribal.

Obviamente temos espaços que mantém a leitura vinda do ATS, e se fusionado com algo - Tribal Fusion.

Mas parece que aqui no Brasil temos o TRIBAL (como um nome geral , e não como uma derivação do ATS) e subdivisões:

- TRIBAL - ATS 
               - TRIBAL STYLE
               - TRIBAL FUSION      
- FUSÕES


Um texto para gerar questionamentos, não discórdia. 
Pois assim crescemos como um todo.

Sei que já houveram outras que se questionaram, e muitas outras que tem MUITO mais conhecimento e cacife que eu, para falar a respeito disto, mas era uma coisa que eu achei bacana compartilhar com todos, afinal, como eu disse:

Não sou dona da verdade, sou dona das dúvidas! {CW}

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

TERMINOLOGIA

Estudando através do Datura Online, me deparei com uma página sobre a terminologia que o site utiliza, para melhor organizar os vídeos e os estilos de dança, deixando mais fácil a busca, quando alguém quiser pesquisar um vídeo.



Cabaret Americano
O estilo Cabaret Americano, desenvolveu seu próprio estilo teatral característico, muitas vezes usando movimentos turcos e egípcios tradicionais, dentro da música moderna ou tradicional. É popular em restaurantes e festas de rua, e é conhecido pelos adereços usados durante a dança, bem como o incentivo da interação com o público.

American Tribal Style®
É um estilo moderno da dança do ventre, criado pela diretora do FatChanceBellyDance®, Carolena Nericcio. O Estilo Tribal Americano | American Tribal Style® é claramente definido e documentado, sendo suas principais características: improvisação em grupo, um vocabulário e figurino distintos, e orientações específicas para liderar e seguir.

FatChanceBellyDance®, FCBD®, ATS® são marcas registadas a nível federal do FatChanceBellyDance, Inc. Para mais informações, por favor visite aqui.

Clássico Egípcio
Raqs Sharqi, que significa literalmente "Dança Oriental", é o estilo egípcio clássico da Dança do Ventre que se desenvolveu durante a primeira metade do século 20. Com base em estilos populares tradicionais e com influências ocidentais, como: bandas, o balé russo, dança latina, etc. Este estilo híbrido era dançado principalmente nos cabarés do Egito e no início do cinema egípcio.

Contemporâneo
Refere-se a Dança do Ventre com uma forte influência da dança moderna ou contemporânea.

Fusão | Fusion
Esta categoria muito geral pode se referir a qualquer tipo de Dança do Ventre que é fusionada com qualquer outra forma de dança.

Dança Indiana
Formas de dança indiana são tão variadas quanto as multidões de culturas e grupos étnicos na Índia. Os estilos variam desde formas clássicas, como Odissi, Khatak e Bharatanatyam, até as várias formas de dança folclórica, incluindo Khalbelia, a dança do Rajastão, os ciganos tribais nômades, bem como formas de dança populares, como Bollywood e Bhangra

Improvisational Tribal Style (ITS)
É um grupo de dançarinos com raízes de dança dentro do Tribal Style, que fazem improvisação de grupo, através de movimentos previamente combinados. Solos são realizados, mas são geralmente apoiados por um ambiente de grupo.

Tribal Fusion
Estilo de dança que se originou por volta do ano de 2000. Muitas vezes funde Cabaret Americano com Estilo Tribal Americano, mas é conhecido por agregar influências contemporâneas, indianas, e hip hop também. As aulas são geralmente de alta energia, com um forte foco na força e flexibilidade.

Tribal Style
Derivada do termo American Tribal Style®. A filosofia é muitas vezes semelhante, mas o vocabulário pode ser diferente. É um estilo moderno de Dança do Ventre, com as características principais: vocabulário compartilhado, postura e braços fortes, e uma forte ênfase na improvisação.

Visite e curta: Nossa Tribo & Nossa Dança

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

DANÇA TRIBAL por Asmahan Escola de Artes Orientais

As primeiras apresentações conhecidas por Estilo Tribal foram apresentadas por grupos que se revezavam em apresentar danças de vários tipos, ditas “folclóricas” do Oriente Médio em feiras regionais na Califórnia, em meados de 1968. Naquela época o termo não existia e o número teatral era simplesmente considerado entretenimento por seus expectadores e participantes.
 
Dança Tribal Fusion é parte do movimento de Dança do Ventre Estilo Tribal, que começou na área da baía de San Francisco, Califórnia, em 1967, fundado por Jamila Salimpour. 
Jamila Salimpour ensinou Masha Archer, uma feminista e visionária que procurou eliminar o estigma machista que tinha sido anexado a Dança do Ventre desde de meados do século 19. 

Masha Archer ensinou Carolena Nericcio que mais tarde iria formalizar e codificar o que hoje é conhecido como American Tribal Style (ATS). Depois de dançar com a companhia de Masha Archer, o San Francisco Classic Dance Troupe, e após o término do grupo, Carolena Nericcio começou a ministrar aulas em 1987. 

Jill Parker estudou ATS com Nericcio, tocando com Carolena o grupo fundador do ATS, o FatChanceBellyDance

Após deixar o FatChanceBellyDance, Parker formou o UltraGypsy em 1996, e ensinou sua nova experimentação com o ATS para muitos estudantes e inaugurou assim um estilo derivado do ATS, o Tribal Fusion.

São duas as principais modalidades de Dança Tribal
Tribal Fusion - é um estilo de dança solo ou grupal, que fusiona movimentos de ATS com hip hop popping, krumping, dança contemporânea e moderna . O Fusion propõe a desconstrução dos elementos de ATS, mediante a tendências musicais experimentais, que mesclam batidas eletrônicas e músicas folclóricas mundiais. Desta idéia original, mesclar o ATS com elementos e dança urbana, surgem inúmeras possibilidades estéticas, como fusões futuristas, vintage, tango e danças brasileiras.
American Tribal Style (ATS) - ATS (American Tribal Style) é um estilo de dança grupal, moderna e de improviso que mescla Gawazee (dança das ciganas egípcias), Flamenco e Dança Clássica Indiana, nascida na década de 70 na Califórnia (EUA) e é a base para diversos outros estilos de Dança Tribal, chamados de Tribal Fusion. No ATS não existe dança solo, é sempre em grupo, ou “em tribo”.
FATCHANCEBELLYDANCE




quinta-feira, 5 de junho de 2014

GRUPO - Pilares do Tribal

Com o objetivo de estudar um pouco mais sobre as precursoras do Estilo Tribal Americano, chegando até o ATS, por causa da vinda de Carolena e Megha Gavin para o Brasil, faremos postagens diárias e gostaríamos de dividir e somar os conhecimentos.


Idealizadora: Maria CarvalhoPostagens diárias feitas por Carine, Natália e Maria.


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Faremos uma contagem regressiva até a chegada a chegada delas no Brasil, em Abril de 2015, e para isto, estudaremos dia a dia, um pouco da história das nossas antecessoras, curiosidades, vídeos (obrigada pela dica, Beth Fallahi).

Quando a Maria teve a idéia e da contagem regressiva, faltavam 316 dias, por isto, postamos por dividir 105 dias para cada grande estrutura, saindo de Jamila até o ATS.
Dedicaremos 105 dias para Jamila Salimpour - Bal Anat - Ha'biru e tudo em torno deste contexto. 105 dias dedicados a Masha Archer e São Francisco Classic Dance Troupe. E 105 dias dedicados a Carolena Nericcio, FatChance BellyDance e o ATS.

Temos muito estudo pela frente, agradecemos muito a colaboração de todos, e também a indicação de textos, de matérias, e também sugestões. Queremos aprender juntas.

LILILILILILILILILILILILILILILILILILILILILILILI YEEEP
"Não subo no palco sozinha. Aqui eu represento muitas. Minhas antecessoras, minhas matriarcas, minhas companheiras de caminhada. Sou UMA. Sou TODAS." 
(Carine Würch)

Mais informações sobre a vinda de Carolena e Megha - FESTIVAL CAMPO DAS TRIBOS

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