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domingo, 23 de agosto de 2015

DE MUITAS TRIBOS - JAMILA SALIMPOUR (Parte II)

Por: Jamila Salimpour | Tradução: Ana Harff 

Texto copiado do site Tribal Mind | Link original e muito mais informações e artigos: http://tribalmind.blogspot.com.br/2010/10/de-muitas-tribos-origem-do-bal-anat_18.html

COBRAS - Em 1969, eu acidentalmente usei cobras. Eu digo acidentalmente porque tínhamos um mágico que usava uma cobra de duas cabeças como parte de seu ato. Ele queria mostrar para o público uma frigideira vazia na qual ele colocava fogo, e depois de girá-la umas quantas vezes no ar colocava a cobra dentro. 

Percebi a reação da platéia, que foi de repulsa e desgosto enquanto ele colocava o animal semi-inconsciente em um saco até o próximo show. Como o tratamento dele com animais faltava compaixão, e pensava que a cobra poderia ser morta acidentalmente (ou não), insisti que ele me desse o bicho. Quando ele me deu, eu simplesmente comecei a encarar a cobra. O que faria com ela? O que ela faria comigo se tivesse a chance? 

Pronto. Aprendi que nem todas as cobras são venenosas, e que na maioria do tempo elas ficam permanecem quietas, até terem fome. Ninguém da troupe queria segurar a tal cobra. Quando eu sugeri adicionar variedade e “besteiras”, uma das respostas que eu recebi foi: “Eu não quero ser uma aberração”. 

Então eu fiz de tudo. Cantei, dancei com copos de água enquanto eu segurava a cobra na minha mão e tocava percussão no meio. Eu nunca havia trabalhado com uma bailarina do Oriente Médio que usasse cobras. Só conhecia os fakirs da Índia, que as usavam, mas eles não dançavam com elas. A dança com cobra foi invenção minha, uma culminação de tentativas e erros depois daquela primeira vez com o animal. Nunca sugeri em uma das minhas perfomances que isso era feito tradicionalmente por bailarinas no Oriente Médio

FIGURINOFoi difícil no começo fazer com que as meninas usassem figurinos tradicionais, que usualmente as cobriam da cabeça aos pés, porque elas queriam mostrar suas formas. Então eu me cobri e as acompanhei nos seus solos. 

COREOGRAFIAS - Nas minhas primeiras aulas em Berkeley, mesmo sabendo que eu tinha alimentado os alunos com passos e explicado as fases da dança cabaret profissional, eu descobri que quando pediam a eles para fazerem solos, a maioria se bloqueava, ou fazia todos os passos em dois minutos e olhavam desesperados pedindo ajuda para o resto da dança. Introduzi uma coreografia para ajudá-los a se sentirem confortáveis sem ter que pensar quais passos eles iriam usar. Seguros, sabendo o que ia vir depois, afortunadamente eles foram capazes de se projetar. Isso funcionou bem, e os alunos entendiam mais rápido quais passos usar para a entrada, e o que fazer durante um taqsim, etc. 

Na Feira da Renascença, cada garota sentia que era diferente em sua projeção, mas eu percebi que as repetições eram exageradas, enquanto uma performance atrás da outra consistia em uma dança de três partes, e depois a reverência: entrada, taqsim e final. As caras mudavam, mas a dança era a mesma.
Decidi que no próximo ano, uma variedade de danças seria a peça chave. 

Com a idade de 3 anos, Suhaila abriu o show. 

Aderi à dança das taças de água, que eu havia ensinado em aula. Nós tínhamos também um dançarino da Algéria. A dança karsilama era uma réplica da dança popular turca, a qual muitas bailarinas de cabaret rumavam como parte final da dança para fazê-la ficar excitante. Uma máscara Deusa Mãe foi colocada mais tarde como abertura de um número, minha expressão das origens primitivas da dança. Anos antes eu havia visto uma pintura de Gerome de uma dançarina de espadas durante a Ocupação Turca. Em 1971, eu tive uma estudante que tinha um verdadeiro sabre turco, balançando na cabeça, imitando a pintura. Para o final, ela curvou as costas pra trás e cravou a espada no palco de madeira em uma posição vertical para abrir espaço para a próxima dança. Eu acredito que essa foi a primeira vez que a dança com espadas foi vista nos EUA. Em 1971, eu comecei a fazer coreografias em grupo, e mais tarde eu coreografei um grupo com espadas. 
No mesmo ano eu coreografei minha primeira dança do “vaso”, na qual três garotas balançavam largas cuias em suas cabeças e dançavam em pé no palco. Fui inspirada por uma cena em um palácio Tunisiano no filme Justine, baseado no livro de Lawrence Durrel. Umas trinta mulheres beduínas dançavam ao redor de cinco tocadores de mizmar e um de tabla beledi. Nessa altura, eu adicionei a dança indiana katak. Um excelente dançarino de katak, Chitras Das, havia chegado aos EUA, e estava ensinando na Escola de Música Ali Akbar. Quando eu vi uma de suas performances, eu decidi que fora o respeito que teria pela sua genialidade, eu nunca tentaria presenciar outra dança katak, enquanto seu talento e treinamento estivessem disponíveis.  
        Em 1973 eu terminei minha pesquisa no papel do homem na dança do Oriente Médio, e o primeiro dançarino de bandeja marroquino nos EUA foi mostrado no nosso show. A dança era inspirada por histórias. Esse ano, algumas das minhas alunas estavam inspiradas a mostrar seus próprios talentos coreográficos. A karsilama turca, a dança abdominal, e a dança da espada foram feitas por Rebaba, Khanza e Meta, respectivamente. Foi um momento excitante para mim quando fui capaz de apreciar os trabalhos de minhas alunas. Muitas delas eventualmente deixaram a troupe para formar suas próprias padronizadas após o Bal Anat

Eu soube de algumas depois: West Coast Tribal, East Coast Tribal e American Tribal Fantasy. Eu também escutei da “polícia étnica”, uma expressão que achei bem engraçada. Eu não me ponho contra nada desde que sirva para entreter. A tradição não é estática. Cada geração se vê influenciada pela passada. Evoluída dos salões e performances de rua, até os clubes noturnos e music halls, onde há beledi, cabaret ou folclore, a dança Oriental irá durar. (Jamila Salimpour)

DE MUITAS TRIBOS - JAMILA SALIMPOUR - Parte I - AQUI


Texto original - AQUI 
(Links no texto traduzido, adicionados por Carine Würch)

sábado, 22 de agosto de 2015

DE MUITAS TRIBOS - JAMILA SALIMPOUR

Texto copiado do site Tribal Mind | Link original e muito mais informações e artigos:  http://tribalmind.blogspot.com.br/2010/10/de-muitas-tribos-origem-do-bal-anat.html

Por: Jamila Salimpour | Tradução: Ana Harff
Quando eu me mudei para Berkeley, Califórnia em 1967, a cidade estava cheia de estudantes que, estimuladas pela música Indiana de Ravi Shankar, estavam prontas para escutar e olhar para outra importante importação do Meio Oriente. A reação pela minha dança foi encorajadora, e eu via enquanto as alunas absorviam os movimentos e transições, e começaram a responder à música. À medida que minhas técnicas de ensino foram se tornando mais refinadas devido a ensinar em quatro aulas por semana, as alunas começaram a aprender mais rápido. Três das minhas estudantes adolescentes que estavam na Berkeley High (ensino médio de Berkeley) na época falaram sobre o que haviam aprendido a todas suas amigas. O seguinte resultado foi espontâneo, sim, técnico, não – mas ninguém parecia se importar! Eu fui informada que elas foram perguntadas e fizeram performances para seus amigos, mas de maneira alguma elas estavam “prontas” para dançar publicamente.

Muitos das minhas alunas estavam desaparecendo das minhas aulas de sábado. Como profissional eu fiquei em choque quando uma delas me convidou para o que elas chamavam de Feira da Renascença (Renaissance Pleasure Faire), a qual elas estavam indo aos sábados. Eles me explicaram que era uma feira de arte, como um imenso circo ao ar livre baseado no século XVI. Continha comida e entretenimento daquela época, juntamente com aparições da “nossa majestade” Rainha Elizabeth, que dava um prêmio ao melhor artesão em exposição da Feira. Malabaristas, mágicos, mímicos, qualquer tipo de entretenimento era encorajado. Uma tentação era que qualquer um que viesse com uma fantasia de época ou qualquer coisa, podia entrar sem pagar. Eu entrei grátis porque estava coberta dos pés à cabeça em um figurino de beduína, o que se mostrou ser uma fantasia para o pessoal da Feira.


Toda Berkeley estava lá, e claramente todas as ninfetas do colegial e suas amigas estavam lá com suas fantasias de dança do ventre. A cena com a qual me deparei na Feira da Renascença foi além das minhas crenças. Eu tentei ir do meu jeito, mesmo me arrastando num ritmo de tartaruga ou ficando completamente imobilizada, porque a cada cinco passos uma multidão se reunia ao redor de uma noviça balançando-se, completamente abandonados em sua interpretação. Uma de minhas alunas me reconheceu, e me puxou para conhecer a coordenadora do entretenimento, uma exausta, esgotada mulher que atendia pelo nome de Carol Le Fleur. Seu cumprimento foi zangado, “Então você é a professora de Dança do Ventre responsável por tudo isso!” Ela tentou um meio sorriso enquanto fazia uma massagem em todas as partes. “Escute”, ela disse desesperadamente, “Você tem que fazer alguma coisa a respeito. Eu digo, não é que eu não goste de Dança do Ventre ou coisa parecida. Mas são muitas delas. Estão por toda Feira, parando o tráfego, nas estradas, nos palcos, caindo de árvores... Elas estão por toda parte!!!” Ela continuou a usar o sorriso, mas estava realmente desesperada. “Não podemos ter isso próximo ano. Tem que ser organizado: somente nos palcos, limitado em trinta minutos. Já é o suficiente!” Eu assegurei a ela que iria explicar isso as minhas alunas, e que íamos cooperar. Eu desejei a ela boas vibrações, e continuei adiante, preferindo, devo dizer, tentar abrir caminho através da Feira para ver por mim mesma o que estava acontecendo.
           
Naquela época o entretenimento não estava organizado. Havia diversos pequenos palcos ao longo da Feira, e um grande palco no qual todas as pessoas dos concursos tomavam lugar. Qualquer um, apresentador ou não, podia ir ao palco e fazer o que queria. O pessoal da Feira disse “nada moderno”, mas algum Blue Grass e Jazz podiam ser escutados ao longo do caminho até que um guarda chegasse e tivesse que explicar que o ato deveria ser de “época”.
           
Onde a Dança do Ventre se encaixa em tudo isso? Quem sabia e quem se importava! Foi um deleite para a platéia, e eu penso que mais do que qualquer coisa que havia ali, aparte, os figurinos eram atrativos. O número de alunas que se apresentaram era acima da média, e eu chamei algumas das minhas avançadas para fazerem parte comigo da Feira.

Foi em setembro de 1968 que a idéia da troupe nasceu na minha cabeça. Mesmo não tendo nenhum músico aquele ano, eu batuquei durante um show de meia hora, tocando os tempos necessários de cada aluna, acompanhada por uma bailarina de folk que recentemente havia adquirido a darbouka e se dedicado a aprender para tocar nos palcos. Que bagunça! Que triste apresentação! Mas ninguém sabia a diferença além de mim. Eu sorri e apoiei cada uma delas, e o público adorou. Eu torci por um show de verdade no próximo ano.

Desse modesto começo, o núcleo da minha troupe estava formado. Na busca de um nome, eu queria honrar a Deusa Mãe, Anat. Eu antepus seu nome com bal, a palavra francesa para dança. Então, Bal Anat, a Dança da Deusa Mãe.

Eu sabia que o formato cabaret não seria apropriado para a Feira, e foi quando minha experiência no Ringling Brothers Circus (circo no qual Jamila fez parte) veio ao meu resgate. Eu padronizei o Bal Anat como um show de variedades circenses que qualquer um desejaria ver em um festival árabe. Eu criei um show de variedades que representa um meio-termo de estilos de danças antigas com o Oriente Médio.  Em acréscimo, tínhamos dois mágicos, Gilli Gilli do Egito, e Hassam do Marrocos. Nossas dançarinas-acrobatas egípcias eram tão flexíveis quanto seus predecessores. Nós inclusive tínhamos um professor grego de matemática da UC Berkeley (Universidade), que sabia como pegar uma mesa com os dentes, com Suhaila encima dela.

Foi um olhar com um formato que eventualmente foi imitado por todos os Estados Unidos, quem era profissional às vezes sabia, mas na maioria das vezes não, de onde isso havia surgido. De fato, muitas pessoas acharam que essa era a “dança real”, quando na verdade era metade real e metade besteira. Nossos folhetos informavam ao público que nós vínhamos de muitas tribos. Talvez fosse essa a expressão da origem “dança tribal”.


As batidinhas “tribais” do show começaram a crescer naturalmente a cada ano. Em 1969, nós lidamos com o problema da música. Eu sempre as havia reproduzido à portas fechadas, e as usado para amplificar instrumentos musicais. O problema em reproduzir em uma feira a céu aberto do século XVI era que eles queriam que fosse completamente autêntico, e isso significava nada de eletricidade, baterias, amplificadores portáteis, e nenhum truque acústico do século XX. Nós tivemos que voltar às noites prévias das músicas das tribos. Em ordem de projetar em um espaço aberto, eu acumulei tantos fazedores de barulho quanto possíveis, como snujs, sistrums (instrumentos de percussão), tamborins, batedores de madeira, derbakes, mijwiz (flauta de madeira originária da Síria), mesa de beledi (grande bumbo que tinha uma tira para segura-lo), edefs (parecido com tamborim). A troupe estava instruída a fazer o zagareet, a ululação que a sociedade do Oriente Médio utiliza (nosso famoso lilillilili).
Todos os profissionais de música com os quais trabalhei não estavam interessados em levantar cedo, iam por aí em lugares desertos, brincando com a poeira, e o pior de tudo, não sendo pagos ou ouvidos de uma forma decente. Somente Louis Habib, barbeiro em tempo integral e algumas vezes músico, se voluntariou para tocar para nós “apenas por diversão”. Não faz muito tempo que não era apenas por diversão para ele. O oud (cordofone em forma de meia pêra ou gota, similar ao alaúde) é um instrumento delicado, que é facilmente bloqueado pelo som das baterias. O mesmo com o mizmar (oboé egípcio). Depois de ensinar á música do mizmar por anos, eu finalmente comecei a colecionar alguns deles, e comecei a perguntar para os artesãos da Feira se eles não gostariam de colocá-los entre suas coisas. Nós sempre tínhamos artesãos perguntando para nós se eles podiam “se encaixar”. Eu queria alguma organização, mas estava ficando difícil de controlar. A primeira coisa boa, um som quase-Oriente-Médio de um tocador de mizmar que tínhamos era de um artesão/músico, Ernie Fishbach, quem se aventurou na música indiana, e tinha uma queda pelo Oriente Médio. Ele virou a espinha dorsal da nossa orquestra, ensinando entusiastas que estavam dispostos a inchar suas bochechas por trinta minutos, três vezes por semana. Os hipnóticos guinchos de várias mizmars, com beledis e derbakes,acompanhados de bailarinas, se tornou para muito de nossos fãs o som da Feira.
 
...continua - PARTE II


Texto original - AQUI 

(Links no texto traduzido, adicionados por Carine Würch)

domingo, 9 de agosto de 2015

KAJIRA ENTREVISTA CAROLENA NERICCIO - PARTE 4

"A IGNORÂNCIA É UMA VIRTUDE"

Uma entrevista com Carolena Nericcio, Instrutora e Diretora da FatChanceBellyDance de São Francisco. Entrevista conduzida por Kajira Djoumahna, em 06/01/96. 





No ano passado, em sua entrevista na Revista Whole Earth, tornou-se público que você tem Esclerose Múltipla. Por favor, conte-nos sobre como a doença afetou sua vida. Bem, é diferente a cada dia. Quando eu fui diagnosticada pela primeira vez, tomei a decisão de parar de costurar e começar a dançar em tempo integral porque eu não tinha certeza de quanto tempo seria capaz de dançar. Eu estou contente que eu fiz isso, mas realmente estou ficando cansada. Então agora estou começando a pensar no futuro disso até. É muito cansativo; alguns dias eu não me sinto bem me apresentando ou ensinando, mas sempre me sinto melhor quando faço. No ano passado, eu levei muito tempo afastada, mas comecei a me sentir desconectada e decidi que queria voltar. Eu não posso adotar o mesmo tipo de espetáculos que envolvem direção por horas e demonstração ou apresentação em algum ambiente de feira empoeirado e quente onde você tem que se vestir em um cubículo e há muitas pessoas ao redor. Quando esse tipo de situações aparece, eu sinto que eu queria bater em retirada. Eu também andei  perdendo muito a cabeça. Agora eu sei quando simplesmente ir embora e não descontar nos outros. Eu vivo cada dia como se fosse o último e tenho cuidado para não me sobrecarregar. Os sintomas vêm e vão.

Como você continua em boa forma, apesar de tudo isso? Eu passo pelo menos uma ou duas horas por dia na academia. Venho me exercitando durante dez anos. Sempre levantei pesos e admirava fisiculturistas e a disciplina necessária para eles chegarem onde estão. Com certeza me influenciei por fisiculturistas mulheres. Eu também realmente gosto de ir à academia, não é uma obrigação para mim. Às vezes, o único momento particular que eu tenho é na academia. Minha dieta é muito rigorosa também, evito gordura, sou uma vegetariana e evito pratos elaborados porque embrulha meu estômago. Gosto de comidas simples que são simples e fáceis de digerir. Eu tenho um tipo de transtorno alimentar intenso, e estava realmente feliz por ter me imposto a dieta da MS (Esclerose Múltipla), porque é o que comeria por escolha de qualquer maneira. Mas agora quando as pessoas dizem "oh, você pode comer isso", eu posso dizer "não, eu realmente não posso" e elas me deixarão em paz.

Você tem algum conselho geral para as alunas de dança do ventre? Mantenha-se ereta e sorria! Em geral, sinto que as pessoas poderiam ser mais fortes. Estou desalentada com a quantidade de condicionamento físico (ou falta de condicionamento) que muitas dançarinas mantêm depois de anos de apresentação ou estudo. Não estou dizendo que você tem que ser uma fisiculturista, ou tão magra quanto uma bailarina, mas eu gostaria de ver as mulheres levarem este estilo de dança e a si mesmas mais a sério e se condicionarem com vigor e força. Também menos competitividade, por favor! Há muito espaço para todas. O mundo está interessado em ter um monte de dançarinas do ventre, mas as dançarinas tornam seu mundo mesquinho competindo tanto. Parem com isso, e todas vocês terão trabalho.

E um conselho para as professoras? 
Eu não tentaria dar conselhos a outra profissional. Direi apenas que quanto mais consistentes e generosas nós formos, mais as pessoas pretenderão vir e estudar, ao invés do contrário.

Algum conselho para artistas, sejam profissionais ou aquelas que estão começando? Novamente, eu não preciso dar conselhos às profissionais, mas para novas artistas eu diria: tentem conseguir uma visão panorâmica do que está acontecendo durante a sua apresentação. Tente parar de pensar em si mesma. O público pode perceber o medo. Você tem que ser capaz de se abrir ao público sem se prender a ele ou procurar por aprovação. Olhe-o e envolva-o sem distinção. Aprenda a abrir-se e se expressar. Cometa muitos erros. Esteja disposta a cometer erros e esteja aberta à crítica. Faça um trabalho construtivo com a crítica que você receber. Eu acho que muitas artistas em formação se abalam e ficam tão arrasadas com a crítica que recebem que elas se fecham e param de ouvir às pessoas. É estar fadada ao fracasso! Leve-a para casa e pense sobre isto. Veja o que você pode fazer para melhorar. Cultive a participação da sua professora, pois ninguém pode lhe dar o conselho que sua professora pode. Se você se isola, você pode estar perdendo uma enciclopédia inteira de conhecimento. Chegar ao palco sem o apoio da sua professora é não receber o restante da sua educação.
 
O que você vê como o futuro da dança do ventre na América? É bom ver pessoas tentando coisas novas. Eu acho bom que as pessoas estejam aproveitando o fato de que são Americanas que podem empregar um estilo de dança Árabe e aplicar suas idéias a ele sem sentir como se estivessem sendo inadequadas. Me parece que todos os árabes que entrei em contato estão encantados com o que estamos fazendo com sua dança e não parecem ter qualquer problema com as interpretações Americanas dela. Eu gosto da aproximação de mente aberta. Gostaria de ver a dança ser promovida em uma audiência pública em geral mais convencional. De modo que quanto mais pessoas estiverem expostas a ela, mais pessoas poderão ganhar a vida com ela, e todas as dançarinas que desejam encontrar locais para se apresentar sem o estigma de "coisa de stripper".

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Uma entrevista com Carolena Nericcio

Tradutora: Suzana Guerra | Revisão: Aline Oliveira | Edição: Ana Harff


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sábado, 8 de agosto de 2015

KAJIRA ENTREVISTA CAROLENA NERICCIO - PARTE 3

"A IGNORÂNCIA É UMA VIRTUDE"

Uma entrevista com Carolena Nericcio, Instrutora e Diretora da FatChanceBellyDance de São Francisco. Entrevista conduzida por Kajira Djoumahna, em 06/01/96. 


Ao longo dos anos seu negócio de venda pelo correio realmente expandiu e decolou. Você pode contar a nossas leitoras um pouco sobre os tipos de coisas que você oferece, e como ele veio a ser o que é hoje?

As coisas oferecidas no catálogo são todas as coisas que você deseja poder encontrar em um lugar quando você começa a dançar pela primeira vez! Música, livros, vídeos instrutivos e documentários, elementos do figurino, etc. Tenho uma forte experiência em desenho de moda e varejo então não tive muito esforço para visualizar o catálogo e colocá-lo em ação. E, como pessoa controladora que sou, eu realmente acredito no poder do esforço coletivo. Então, uma boa parte do catálogo exibe cosméticos fabricados por Suzanne Elliott e peças do figurino por Gwen Heckeroth.

Você pode nos dizer sobre a Second Skin, Lunatique, a Gypsy Caravan com base em Oregon, e qualquer outra trupe de alunas descendente? A Second Skin originou-se porque eu precisava de alguma diferenciação entre o grupo central e as novas dançarinas que chegam, porque as novas garotas precisavam de muito treino de apresentação. Agora, porém, todas elas assimilaram-se na trupe. Eu sei que há um bom número grupos do estilo da FCBD formando-se por todo o país. Estou realmente muito lisonjeada, mas eu gostaria que ligassem pra casa! Estou realmente interessada no que elas estão fazendo, como misturaram meu estilo com os de outras professoras, suas próprias idéias e pesquisa. Mas eu não recebi muitos contatos muita ligação - Eu sei, eu sei, eu sou intimidante! Mas isso é indústria de entretenimento. Eu quero que minhas alunas apresentem-se e evoluam. Apenas gostaria de ser incluída. Eu quero que elas me liguem e façam perguntas. Eu tenho um diálogo corrente com Kendra de La Danse Serpentine e Suzanne de Invaders of the Heart. Elas sempre revisam comigo e me contam sobre seus espetáculos, sucessos e fracassos. Eu desejo esse tipo de interação.

Notei que os membros de sua trupe apresentam-se no estilo da  FCBD exclusivamente. Isto é simplesmente por sua escolha, ou você as incentiva explorar outros estilos, ou expressões solo? Você já disse que você as incentiva estudar Kathak e Flamenco. Quero dizer outros estilos de dança do ventre. São elas, ou você, ou o quê? 
Quanto à exclusividade, as dançarinas são completamente livres para estudar com outras professoras, dança do ventre ou outro estilo. Mas, para dizer a verdade, eu as mantenho bastante ocupadas. Eles parecem realmente apreciar a disciplina e consistência do nosso estilo. O Tribal Americano é em si uma idéia nova, por isso procuro estar com a mente aberta para material novo. O negócio é que nós queremos manter nosso estilo distinto. Então, quando alguém traz algo novo, nós examinamos e aprimoramos para se adequar ao nosso formato.

Você foi uma solista no Festival de Dança Étnica de SF em qual ano? 
Em 1995. Isso não é algo que eu tinha planejado. Elas realmente me incentivaram a fazer uma audição solo. Eu geralmente não deixo as garotas fazerem solos. Tudo bem dançar solo em uma festa de uma amiga, mas em termos de ser contratadas, eu insisto em duas ou mais dançarinas sempre. Então, eu realmente quero que a parte tribal e o companheirismo das mulheres continuem. Então, eu realmente tive que pensar por muito tempo e severamente sobre isso antes que eu decidisse fazê-la. Foi um desafio que eu realmente precisava, mas eu não queria me contradizer. Então eu decidi fazer algo diferente. Eu dancei sem o turbante , e fiz apenas as belly rolls ( ondulações abdominais ) e taxeem (ondulação de quadril), pois essa é minha parte favorita. Eu realmente não me importava se eu entraria ou não. Eu realmente queria que a trupe entrasse, e realmente me decepcionou que elas me escolheram e não minha trupe! Eu estava muito insultada. Mas foi um tipo de limpeza em que elas pegaram algo tão sutil quanto minha apresentação solo. Eu não me movimentei no palco, apenas fiquei lá em pé e fiz belly rolls (ondulaçõesabdominais ) e flutters (vibrações). De modo que só prova que você não tem que estar por todo o lugar para conseguir sua atenção. Foi uma experiência agradável, mas não é algo que eu possa ver baseando toda uma nova carreira!

Eu sei que algumas pessoas gostariam de informações sobre as tatuagens que você e alguns membros da trupe têm. Elas têm algum significado? Não, as tatuagens são uma escolha pessoal. Apenas incidimos em sermos pessoas tatuadas. Há uma piada que diz algo assim: a única diferença entre as pessoas tatuadas e as não tatuadas é que as pessoas tatuadas não ligam! As pessoas não tatuadas continuam nos perguntando o que elas significam, mas elas somente querem dizer que nós temos tatuagens!

Como o figurino da trupe evoluiu? Originalmente, quando eu dançava com Masha, nós vestíamos pantalonas e sem saia, um xale de quadril sem cinturão, e um choli (mini blusa de mangas usada embaixo do sari) com um sutiã. Também um turbante baixo   com um monte de jóias. Quando comecei a ensinar pela primeira vez, eu defendi o uso desse tipo de figurino. Então um dia alguém entrou com uma saia grande e linda da Renaissance Faire (Feira da Renascença). No início eu disse: "Não,nósnão vestimos isto", mas quando coloquei uma que eu percebi que elas eram realmente boas! Assim, em seguida, todas nós tínhamos saias. Em algum momento, o cinturão de quadril entrou, e conseqüentemente os turbantes  começaram a se tornar maiores. Nós realmente precisávamos de mais material para prender nossas quantidades sempre crescentes de jóias, algo com uma base segura. Assim, o turbante  evoluíu de forma pragmática. As tatuagens faciais não foram minha idéia; alguém pensou nisto. Alguém trouxe bindis (ornamento de testa indiano). Sempre que alguém descobria algo novo que elas gostavam, nós todas queríamos. Então chegou ao ponto onde uma pessoa ia comprar alguma coisa, e trazia o bastante para todas. Tornou-se uma diversão, um tipo divertido de complemento. Os figurinos costumavam ser menos uniformes do que eles são agora. Nós tentamos sutiãs com coletes, eu tentei várias túnicas. Era uma espécie de "sobrevivência das mais fortes". As túnicas começaram a rasgar, os coletes eram muito reveladores ou então cobriam o formato do corpo demais. Se os turbantes eram muito altos  , você não poderia equilibrar uma espada. Então de tentativa e erro nosso figurino evoluiu.

Como seu figurino afeta seus movimentos ou estilo de dança? Uma coisa é que nós não podemos usar véu porque não podemos puxá-los por cima dos turbantes ! Também nós não podemos fazer qualquer rotação no chão com eles. Nós podemos, e fazemos, cambrés tanto de pé quanto ao chão; mas não podemos nos curvar para frente ou eles soltarão. Nós podemos fazer emprego de espada se nós tivermos certeza que nossos turbantes  estão corretamente sobre a cabeça. Eu tenho grande admiração por aquelas dançarinas que são capazes de dançar com espadas de cabeça descoberta. Eu nunca poderia fazer isso!Nossos turbantes também tendem a manter-nos muito eretas. Nós tendemos a usar um monte de braceletes e anéis, e tivemos problemas em danças onde gostaríamos de unir os braços ou as mãos porque prendíamos um traje no outro ou apenas não conseguíriamos o que nós tentávamos. Assim, tendemos a não chegar muito perto uma da outra. Às vezes temos que prender nossos pompons em baixo de nossos cinturões se houver muitas pessoas girando próximas  porque elas se enrolarão. Também ajustamos nosso visual atual porque satisfaz todas as dançarinas assim como os movimentos. Tal como com os cholis, que cobrem a parte superior do braço de modo que não precisamos nos preocupar com aquele shimmy (tremido) involuntário do tríceps e podemos estar confiantes que não estará muito visível. Nunca tiramos nossos snujs, e nossos movimentos de mão ficam longe do corpo.



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Uma entrevista com Carolena Nericcio

Tradutora: Suzana Guerra | Revisão: Aline Oliveira | Edição: Ana Harff


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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

KAJIRA ENTREVISTA CAROLENA NERICCIO - PARTE 2

"A IGNORÂNCIA É UMA VIRTUDE"

Uma entrevista com Carolena Nericcio, Instrutora e Diretora da FatChanceBellyDance de São Francisco. Entrevista conduzida por Kajira Djoumahna, em 06/01/96. 











Como você criou o termo "Estilo Tribal Americano"? Eu o criei? Eu poderia tê-lo maquiado para se safar da "polícia étnica" que está sempre no meu caminho! Então, se eu fui  a pessoa que acrescentou isto, pode ter sido para esclarecer que não estamos tentando imitar uma tribo específica, somos com certeza pessoas Americanas que apreciam esta forma de dança, e não estamos afirmando ser autênticas. Na verdade, alguém pode ter me dito: "Você faz Estilo Tribal Americano", e eu provavelmente disse: "Sim!"

Quantos membros existem atualmente na FatChanceBellyDance? 
Dez, incluindo eu mesma. (Membros além de Carolena são: Suzanne Elliot, Jill Parker, Rina Rall, Suzanne Dante, Kerensa DeMars, Karen Gehrman, Melinda Lee, Pamela Nickerson & Kathy Stahlman.)

Os membros da trupe são amigas próximas assim como companheiras de trupe? Eu acho que nós costumávamos ser muito mais próximas, mas nós esgotamos! O grupo central e eu estamos juntos por muito tempo - 6 anos - e eu acredito que nós somos com certeza velhas amigas. Os membros mais recentes estão apreciando o companheirismo do grupo, mas em geral, não são tão próximas  quanto costumava ser. Eu encorajo todas a se darem bem e conhecerem umas às outras. Isso realmente ajuda quando você está dançandoe  sabe que alguém teve um dia ruim, então você sabe que não deve jogar nada que a atrapalhe, ou se alguém está se sentindo muito poderosa, você pode jogar-lhe muita da responsabilidade extra.

Eu reparei que a FCBD está usando um pouco de coreografia agora. Alguns anos atrás vocês se afastariam  da idéia . Como você decidiu incluir a coreografia em seu repertório? 
Nós dividimos definitivamente nossos espetáculos em duas coisas, uma delas, coreografias, a outra, a improvisação. No começo, nós não sabíamos como fazer a coreografia. Nós não tínhamos desenvolvido o bastante de um formato para todas fazerem a mesma coisa. Levou vários anos de improvisação e conhecimento dos nossos movimentos próprios   até que pudéssemos considerá-la. Então agora, quando nós dançamos nos cafés, que são muitas vezes formatos estranhos e pequenos que você realmente não pode contar , porque as mesas são movimentadas, ou os garçons estão passando por elas com a comida, nós apenas fazemos improvisação. Você realmente não pode fazer coreografias ,por isso! Você estaria uma bagunça - com medo de que se você escapou de esbarrar, você não poderá escapar de novo. Mas se estamos fazendo algo em um grande palco, no Festival de Dança Étnica, ou um dos grandes festivais de dança do ventre, ou nosso espetáculo no Teatro Artaud, nós decidimos que não podíamos apenas sair improvisando! Sabíamos que precisávamos de uma estrutura real. Foi difícil para nós, nenhuma de nós realmente queria fazer isso, porque significava contagem e estar preocupada e não perder um sinal... nós perdemos a paciência várias vezes! Eu tenho vídeos com alguns erros realmente incríveis... Mas foram os dois ambientes, o palco e o café, que nos impulsionaram nas coreografias e   na improvisação . Conosco , nossas coreografias são baseadas em nosso estilo de improvisação. Eu não sei se isso é verdade com outras formas ou estilos de dança. Eu suspeito que o contrário seja verdadeiro muitas vezes . A maneira que nós fazemos a nossa coreografia é baseada no que fazíamos quando estávamos fazendo improvisação; as linhas de visão ainda são as mesmas, os ângulos são ainda os mesmos. A apresentação é uma espécie de improvisação formal.

A FCBD também usou ritmos além de 4/4 recentemente. Como isso aconteceu? Você poderia provavelmente entitular este artigo "A ignorância é uma virtude"! Nós não entramos nesta cena toda da dança do ventre com um plano! Esse lance todo de popularidade foi uma surpresa agradável. Masha nunca ensinou nada senão 4/4. Eu não tinha nenhuma idéia do que fazer com um 9/8 - o que você faria com essas três batidas no final? Então quando nós (FCBD) encontramos um par de melodias que gostamos que vieram a ser 6/8s, só começamos a dançá-las como se fosse um 4/4. Eu tenho que creditar SusuPampanin por bater na minha cabeça e me dizer que eu estava viajando! Eu realmente fiquei irritada com ela no começo, e disse a ela: "Não me diga o que fazer! Eu sou uma artista - Eu posso fazer tudo que eu quero!". Mas então eu realmente olhei a natureza de um 6/8, versus a natureza de um 4/4, e percebi que ela estava certa. Mas nós não sabíamos passo algum para 6s. Então eu decidi que alguns dos nossos passos de 4/4 poderiam ser divididos em dois, e então utilizados em 6/8s. O padrões do toque de snujs foram ajustados de acordo também. Então agora nós podemos usar 2/4, 4/4, 4/8 e 6/8s... mas não me peça para tentar um 9 ou um 12! Eu me desprendi da necessidade de tentar fazer  de tudo – dando certo ou não. Nós apenas fazemos o que é apropriado para nós, e todas as outras podem fazer todo o resto tudo o mais!

Você tinha, ou você fazia, estudo de alguma outra forma de dança? Eu estudei pouquíssimo sobre Kathak (tipo de dança indiana) e um pouco de Flamenco. Eu estudaria mais se houvesse tempo mas não há para mim. Eu incentivo as meninas a estudar essas formas também, e elas realmente amam o Flamenco. Muito embora eu não ache que elas tenham pegado a dança Indiana.

Kathak e Flamenco são influências estilísticas para a FCBD? 
Com certeza. É esse lance todo de Trilha Cigana. Eu não vejo como qualquer uma de nós poderia evitá-la! Nós todas temos essas influências, quer saibamos disso ou não. (como dançarinas do ventre). Eu acho que as dançarinas de Flamenco têm alguma influência de dança do ventre, é recíproco. Mas eu não acho que as dançarinas Indianas Orientais tenham também influência; este estilo é antigo e portanto muito disciplinado. Eu não acho que ele recebeu influência.

A FCBD ainda usa música ao vivo? Eu prefiro não usar. Eu tentei, eu realmente dei o meu melhor. Mas é muito difícil conseguir músicos que mantenham o tipo de ritmo que nós queremos e não os  deixe entediadas. Nós realmente precisamos de muita repetição. Eu acho que as pessoas não percebem é que a música de dança Oriental e a música de dança folclórica são duas coisas diferentes. Nós com certeza precisamos da folclórica. Não há um monte de bandas folclóricas. Sirocco é apenas a única que eu encontrei que realmente pode estabelecer esta base de tabl beledi (tambor dupla face tocado com varas) e mizmar (instrumento de sopro semelhante a uma corneta) poderosa, e  permanece nela até que eu os sinalize para mudar.

Como você chegou ao nome, FatChanceBellyDance? 
Eu não queria um nome para a minha trupe de dança que fosse tão difícil de pronunciar quanto meu sobrenome ! Eu não sentia qualquer ligação com nomes Árabes porque eu não sou Árabe. Há aquela história sobre quando eu era jovem e boba, diria aos homens que eu era uma dançarina do ventre e eles pediriam por um espetáculo privado. Eu pensaria "Fat Chance! (sem chance) " . Eu contei ao meu amigo Jim (Murdoch), que é um palhaço, com um senso bastante sutil mas constante de humor, e ele apenas disse: "Oh, Fat Chance Belly Dance!" Eu só sabia que queria isso! O primeiro grupo de dançarinas odiaram totalmente o nome. Elas não podiam acreditar que eu tinha escolhido um tal apelido deselegante pavoroso para descrevê-las. Mas eu sabia o que estava fazendo, eu escolhi uma frase Americana para uma trupe de Estilo Tribal Americano que era simples e cativante a qual ninguém seria capaz de esquecer. A seu mérito, ninguém se esqueceu ainda!

Há quanto tempo você ensina? 
Desde 1987.

Você tem as maiores turmas, mais aulas por semana que qualquer professora de dança do ventre que eu já vi. Em sua opinião, quantas alunas cursam suas aulas a cada semana? 
Cerca de cinqüenta.

O quê, você acredita, a o torna uma das professoras mais populares na Área da Baía de SF? 
Consulte o título desta entrevista! (risos)... Bem, no início, havia um grande alvoroço sobre as tatuagens, porque  então, muitas  mais de nós eram tatuadas do que agora. Isso foi apenas um puro golpe de sorte no entanto, porque a maioria de nós já era tatuada antes  mesmo de nos conhecermos. Nós gostávamos disso, nós éramos uns tipos selvagens . Naquela época, muitas das alunas tinham amigas que seriam consideradas "alternativas", e estavam interessadas em aprender dança do ventre, mas não estavam dispostas a ir a uma turma em que suas tatuagens ou piercings, seriam consideradas uma aberração. Então eu acho que no começo, foi tudo boca a boca. As pessoas se sentiam confortáveis. Elas podiam relaxar, eles não esperavam olhar ou serem olhadas de um certo modo. Elas podiam ter qualquer  tipo corporal, ou qualquer estilo de cabelo. Nós tínhamos estilos de cabelo e tipos corporais, tatuagens e piercings de TODOS os tipos! É realmente uma coisa de São Francisco ser visualmente incomum. Acho que as pessoas se sentiram confortáveis de virem às a minhas aulas porque elas não seriam examinadas, elas seriam admiradas. Eu acho que, em geral, as pessoas que cultivam um visual alternativo, tão extrovertido e confiante quanto elas parecem estar com a sua decisão, realmente preferem estar  em torno de pessoas como elas mesmas. Há também a afirmação feminina. Tenho certeza que deve ser verdade para turmas de todo o mundo, de qualquer forma. Eu não posso imaginar que uma sala cheia de mulheres coletivamente se colocaria pra baixo! Eu sei que em minhas turmas, as pessoas definitivamente gostam da energia feminina estabelecida. Não é baseado   no que é bonito  para os homens, é baseado no que é bonito  para nós mesmas, e colaboração com outras mulheres. Estou feliz que elas se sintam  deste jeito. Então, foi assim que começou. Agora as coisas estão mais sob controle . Eu realmente escutei e observei minhas alunas ao longo dos anos. Presto atenção ao que elas querem, e se é algo que eu posso providenciar, eu faço. Sou muito leal, mas a estrutura de aulas também é disciplinada. Acho que as pessoas apreciam esse equilíbrio. Essa é a idéia tribal, se você faz o esforço de vir a aula,   encontrarei você em mais da metade do caminho. Mas, você tem que prestar atenção e respeitar a mim e as alunas mais velhas da turma. Nós, por sua vez, apoiaremos e estimularemos seus esforços. Do ponto de vista físico, eu fui arrebatada pela ciência da cinesiologia. Como o corpo se move. E análise do movimento, o porquê de  nos movermos movemos da maneira que nós nos movemos. Esses estudos acrescentaram profundidade a minhas aulas, tenho certeza.

Você se sustenta (economicamente) unicamente da dança do ventre ? Sim, eu me sustento.



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Uma entrevista com Carolena Nericcio

Tradutora: Suzana Guerra | Revisão: Aline Oliveira | Edição: Ana Harff


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quarta-feira, 6 de maio de 2015

UMA HISTÓRIA DO ESTILO TRIBAL AMERICANO

Texto extraído do Blog Tribal Mind
*por Rina Orellana Rall, principal dançarina FCBD 1988-1998
Tradutora: Suzana Guerra | Revisão: Aline Oliveira

A Dança do Ventre de Estilo Tribal Americano é claramente uma nova forma de dança com suas origens na dança do Oriente Médio tradicional. Os componentes desta história incluem as dançarinas ciganas que inspiraram os Orientalistas do século dezenove e a introdução da dança nos Estados Unidos na Feira Mundial de Chicago em 1893. A dança cigana então se transformou num estilo de dança de cabaré urbano para agradar um público antigo no Egito. Também incluídas nesta história estão as professoras dos últimos cinqüenta anos que são a linhagem direta do que atualmente é conhecido como Estilo Tribal Americano: Jamila Salimpour, diretora de Bal-Anat, Masha Archer, diretora da Trupe de Dança Clássica de São Francisco, e Carolena Nericcio, diretora da FatChance BellyDance. A Dança do Ventre na era moderna sempre se modificou para satisfazer as expectativas de seus expectadores e isso é o que liga as dançarinas ciganas do século dezenove do Oriente Médio com as dançarinas Americanas modernas do século vinte.

Breve Avaliação da Dança do Ventre e Definição de Estilo Tribal Americano - Quando uma dança particular é tirada de seu contexto cultural e colocada em um palco, ela muda. Ela muda de modo que satisfaça seu novo público e suas expectativas. A Dança do Ventre como entretenimento secular do Oriente Médio, no entanto, sempre se adaptou e mudou para ajustar-se às expectativas de seus expectadores. O ímpeto para a adaptabilidade é um assunto econômico. É encorajar os expectadores a darem mais dinheiro às dançarinas. Isto é verdade para as dançarinas ciganas que a originaram, verdade para as dançarinas de cabaré Árabes que a transformaram e verdade para as dançarinas Americanas que a adotaram. Meu foco aqui é estudar a Dança do Ventre de Estilo Tribal Americano que tem suas raízes nas danças ciganas do Oriente Médio mas carrega o toque moderno de sensibilidades artísticas Americanas.

Um exemplo principal de Estilo Tribal Americano apresentado hoje é da FatChance BellyDance da qual eu sou a diretora assistente e com a qual tenho me apresentado desde 1989. Eu tenho uma tendência a querer usar a forma de dança como meu próprio veículo de auto expressão sem prestar muita atenção ao contexto cultural. No entanto, eu sei que sem o fundo cultural eu nunca determinaria a dança por inspiração. Então, eu focarei na linhagem direta que levou até o estilo da FatChance e o contexto cultural do qual a forma de dança originou-se.
A linhagem começa com as dançarinas ciganas da África do Norte, particularmente as Ghawazee do Egito e as Ouled Nail da Argélia. As dançarinas ciganas apresentaram-se nos Estados Unidos em 1893 na Grande Exposição de Columbia em Chicago. O movimento que estas dançarinas criaram gerou espetáculos burlescos e inspirou todo um novo gênero de Hollywood da mulher sedutora. As dançarinas árabes foram atraídas a este glamour e quiseram imitar os ideais Ocidentais. Então elas adotaram a versão de Hollywood como sua própria. Assim, a dança do ventre de cabaré Egípcio moderna tradicional é uma construção Americana que foi modificada pelas Árabes para suas próprias necessidades artísticas e econômicas.

Jamila Salimpour, americana, é considerada a criadora da Dança do Ventre de Estilo Tribal Americano. Seu grupo de dança, Bal-Anat, construiu o caminho para outras usarem uma fusão das várias danças regionais do Oriente Médio e África do Norte como inspiração para sua própria versão de dança do ventre. Masha Archer, uma ex-aluna de Jamila, acrescentou mais uniformidade ao novo estilo, por meio de não distinção entre as regiões e simplesmente identificando-as como dança do ventre. Carolena Nericcio formou a FatChance BellyDance depois de estudar com Masha e combina as metodologias das duas professoras. O que essas artistas Americanas têm em comum com suas criadoras ciganas é que todas elas adaptaram a dança para atender suas necessidades de sobrevivência e de valor de entretenimento.



O Estilo Tribal Americano é um estilo de fusão étnica, influenciado pela dança do Oriente Médio mas inspirado pelas sensibilidades artísticas Americanas. Não tem nada a ver com a representação de uma tribo particular, mas ele combina vocabulários de movimento e traje regional para formar uma apresentação coesa. A parte "Americana" do rótulo reconhece que as dançarinas estão continentes de distância da cultura que criou a forma de dança e estão tirando licença artística com ela. No entanto, elas ainda devem reconhecer, respeitar e honrar as raízes. A aparência do Estilo Tribal Americano parece autêntica por causa de sua semelhança com várias tribos ciganas por toda a África do Norte, Oriente Médio e Índia. Muitas vezes, os Árabes comentam que o estilo os lembra do 'lar'. No entanto, os trajes não são autênticos mas dão a sensação de lar.



O Passado Cigano

A Dança do Ventre tem origens em cultos de fertilidade antigos e auxílio no nascimento das crianças em um tempo em que a religião era uma parte integrante da vida diária e tinha relevância em cada aspecto da existência humana. No entanto, a dança pélvica feminina desapareceu em muitas partes do mundo, mas permaneceu em áreas como o Oriente Médio e África do Norte.4 Ela então progrediu de uma esfera religiosa para o reino de espetáculo e entretenimento em uma nova classe de dançarinas profissionais.

A aceitabilidade da dança no Oriente Médio estava entrelaçada com o papel das mulheres na sociedade. Nenhuma mulher Egípcia bem criada consideraria dançar em público. A dança como um passatempo social no limite do lar era aceitável para as mulheres apenas entreterem uma a outra. A dança profissional era o domínio das classes inferiores quando ela era limitada às "ciganas, comunidades minoritárias e os membros mais pobres da sociedade". Desconfiavam destas dançarinas por seus modos rebeldes, contudo elas foram recebidas com prazer nos lares das classes superiores para animar festividades de família.

As ciganas sempre assimilaram costumes e tradições locais e faziam os seus próprios. Elas poliram e ampliaram a dança e música local a fim de usá-las como um meio de sustento. Então, quando os Franceses encontraram a dança na África do Norte em 1798 durante as invasões Napoleônicas, as dançarinas ciganas logo descobriram que os soldados Franceses eram uma nova e abundante fonte de renda. Elas adaptaram seu repertório para atrair mais renda. A elite nativa e educada não sentia que a dança era respeitável nem importante o bastante para registrar. Naturalmente, as dançarinas se tornaram uma obsessão para muitos viajantes Ocidentais por causa da suposta sensualidade proibida que as dançarinas representavam.

Jamila Salimpour

Ela é creditada por muitos pelo início da revivificação da dança do ventre nos Estados Unidos e ser a criadora do que é agora conhecido como Estilo Tribal Americano. Ela também desenvolveu um método de listagem detalhada verbal e terminologia para os movimentos que ela aprendeu de artistas visitantes do Oriente Médio. Sua introdução à dança veio com as descrições de seu pai das dançarinas Ghawazee no Egito enquanto ele se situava lá com o exército Siciliano. Ela também acompanhou a sua senhoria Egípcia a filmes Egípcios quando a dança era exibida. Ela tentou se lembrar de cada movimento que ela tinha visto: "E assim, das lembranças de meu pai, do conhecimento em primeira mão de minha senhoria e dos exemplos do filme, isto foi como eu adquiri minha informação sobre a dança".

Ela começou ensinando dança no início dos anos 50, mas teve dificuldade porque ela nunca tinha aprendido formalmente a dança e não sabia como ensiná-la. Isto foi até que ela começasse a dançar em São Francisco nos anos 60 e virasse dona do Bagdad Cabaret na Broadway no qual ela foi exposta a dançarinas contratadas de diferentes países no Oriente Médio. Neste ponto ela começou a catalogar movimentos e criar um vocabulário de dança utilizável:

O acúmulo de informação criou um repertório vasto para suas alunas coreografarem suas próprias peças. Jamila tinha se concentrado no estilo de cabaré tradicional que era adequado para boates, mas em 1967 ela começou a perder algumas das suas alunas. Ela descobriu que elas estavam indo com figurino para a Renaissance Pleasure Faire (Feira de Prazer da Renascença) na Califórnia do Norte e apresentando-se espontaneamente ao longo da Feira. O organizador da Feira suplicou a ela para controlar a situação. Então, ela formou o grupo Bal-Anat para organizar as dançarinas para se apresentarem na Feira e dirigir suas alunas.

A experiência de Jamila como uma acrobata com o Ringling Brothers Circus enquanto ela era uma adolescente se tornou treinamento essencial para o novo formato do grupo. Ela moldou a trupe depois de um show de variedades similar ao circo que poderia ser visto em um bazar no Oriente Médio. O show de variedades continha números de dança que eram de três a cinco minutos de duração e representava um perfil dos velhos estilos do Oriente Médio. Suas alunas Americanas representaram músicos do Egito e Marrocos, uma dançarina da Ouled Nail da Argélia, dançarinas da Turquia e dançarinos de bandeja masculinos.

O estilo de Bal-Anat não foi identificado na ocasião porque cada membro representava uma dança regional diferente e vestia um traje apropriado. Porém, elas poderiam ser identificadas como Estilo Tribal Americano por causa da definição de fusão étnica, e porque elas modificaram seu espetáculo para um público Americano em um palco Americano.

O formato de Bal-Anat foi imitado por todos os Estados Unidos, embora as novas praticantes normalmente não soubessem de onde o estilo originou-se. "Realmente, muitas pessoas pensavam que ele era a 'idéia genuína' quando na realidade era metade  genuíno e metade falso". Os expectadores na Feira pensaram que testemunharam danças autênticas embora o folheto os informasse que o grupo era de muitas tribos. Jamila especula que é de onde a expressão "dança tribal" originou-se. Enquanto dirigia a Bal-Anat para a Renaissance Pleasure Faire, Jamila continuou a treinar suas alunas no estilo de cabaré. Ela freqüentemente as mandava se apresentar nas várias boates na Área da Baía de São Francisco até mesmo depois que ela se aposentou de apresentação.

Masha Archer

Descontinuou seus estudos com Jamila uma vez que ela estava pronta para se apresentar nos clubes. Ela estudou com Jamila Salimpour durante dois anos e meio e uns semestres antes de fundar a Trupe de Dança Clássica de São Francisco que existiu durante quatorze anos (dos anos 70 até meados dos anos 80). De acordo com Masha, Jamila sentiu que a dança merecia um local melhor do que restaurantes e bares, mas não havia nada que poderia ser feito sobre isto: "Ela contava que tão desagradável quanto a cena podia ser, você tinha que aguentar aquilo porque era apenas uma competição na cidade".

A disciplina original de Masha foi extraída e ela usou a dança para expressar as linhas que ela imaginou. Ela considera que sua herança artística é inspirada por algo especial e responsavelmente usa qualquer parte que deseja:

Ela não usa qualquer rótulo no momento de definir seu estilo. Era simplesmente "Dança do Ventre". Carolena Nericcio, membro da sua trupe durante sete anos, comicamente chama estilo de Masha, a "Tribal Art Noveau (Nova Arte Tribal), porque ela queria que seu traje refletisse mais que uma mistura de arte Européia".

A abordagem de Masha ao figurino foi influenciada por Jamila, mas ela a empregou também "em um ecletismo aquisitivo explorador e maluco. "Nós enxergamos como uma espécie de Européia, Parisiense-Tunisianas com um visual tribal Bizantino muito forte, o que foi completamente inventado." Masha persistiu que o visual era aparentemente autêntico por causa das jóias tribais e peças antigas do Oriente Médio e Europa. Ela referiu-se a ele, apesar, como "Americano Moderno Autêntico" por causa do conceito Americano de tomar liberdades com autenticidade e origens.

Carolena Nericcio

Carolena Nericcio começou a estudar com Masha Archer aos quatorze anos de idade. Ela treinou com Masha durante sete anos antes do início da FatChance BellyDance em 1987. A FatChance é uma mistura das duas metodologias em termos de figurino e formato de palco. O formato de estilo tribal veio da Jamila: "...o coro, a montagem do coro de meia-lua e as dançarinas saindo individualmente para fazer uma pequena rotina de dois ou três minutos e depois voltando para o coro". Elas seguem o estilo da Jamila de usar trajes pesados mas o estilo da Masha de ter o mesmo visual de fusão para cada uma. Carolena enfatiza a  suas alunas a mesma presença de palco e personalidade em público que Masha e Jamila ensinaram. Ela também preserva toda a intensidade do encorajamento das dançarinas entre si com zhagareets (zagrutas) (a ululação vocal) durante uma apresentação. Uma ligação direta à Masha é a postura, mantendo o tórax erguido e gracioso e mantendo uma consciência de integridade.

Masha tomou liberdades com esta forma porque ela sentia que era permitido por sua herança artística. Carolena, no entanto, executou a dança  próximo a suas raízes culturais usando principalmente música folclórica da África do Norte e Oriente Médio e mantendo os movimentos básicos para dança do ventre:

Carolena tem um profundo respeito pela cultura de onde a dança do ventre se origina. Mas ela também se considera uma artista que quer reunir peças convenientes: "Eu quero ser capaz de promover esta cultura por idéias mais criativas mas eu também quero defendê-la de pessoas que desmontariam a estrutura dela". Fiel à natureza cigana de adaptabilidade para sobrevivência, a ênfase principal na sua estrutura é um "estilo esteticamente agradável", o que fornece um bom espetáculo. A FatChance dança músicas que as inspira e contribui para o sentimento tribal folclórico da trupe. Quando perguntaram se ela via Estilo Tribal Americano como puramente Americano ou como uma forma diferente do contexto cultural, Carolena respondeu que ela era ambas. Às vezes ela é mais Americana e às vezes ela é mais Egípcia.”

O que é muito importante, entretanto, é que as dançarinas mantêm o espírito fiel à cultura. Carolena sabe a importância de permanecer fiel ao contexto cultural, mas ela sabe que o Estilo Tribal Americano está aqui para ficar e constantemente evoluirá. Ela reconhece que as dançarinas têm uma responsabilidade de trazer mais integridade à dança e manter o espírito das raízes culturais. Porém, ela tem sentimentos opostos sobre como ela gostaria de ver esta dança evoluir nos próximos cinqüenta anos. Parte dela gostaria de ver a dança ganhar status teatral respeitável no palco. Mas ela também percebe que uma parte importante seria perdida porque a essência da dança é a interação com as pessoas "bem ali nas ruas".

A linhagem Americana desta forma de dança representou circunstâncias variadas para a sua evolução. Jamila Salimpour iniciou a Bal-Anat por necessidade econômica e representava várias regiões em seu repertório de dança. Masha Archer estava mais preocupada com a beleza da forma de dança e se desligou da cultura original. Carolena Nericcio modifica a dança para manter o público entretido, mas sempre mantém o espírito da cultura dos ciganos do Oriente Médio. O fator de união das três professoras na linhagem de Estilo Tribal Americano é a paixão pela essência da forma de dança em vez de representar uma réplica exata das dançarinas ciganas originais.


Texto Original - Aqui


Texto extraído do Blog Tribal Mind
*por Rina Orellana Rall, principal dançarina FCBD 1988-1998
Tradutora: Suzana Guerra | Revisão: Aline Oliveira

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