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domingo, 21 de junho de 2015

HISTÓRIA DA DANÇA DO VENTRE NOS EUA (Jamila Salimpour) III

Texto postado no Tribe Net, por Andre Khoury, pai de Isabella Salimpour (neta de Jamila Salimpour)
http://balanat.tribe.net/thread/acc57811-42f2-4066-9937-8ecb77cb90ea

Bob Pappas - baterista no Zarra Club em Boston.

Mike e Buddy Sarkissian
A banda de Buddy e Mike Sarkissian com Lisa e Ahmad faziam shows em Las Vegas.

Fawzia Emir e sua irmã Emira Emir se apresentavam na costa leste. 

Ahmad Jarjour as seguia, desejando dançar como elas ou com elas. Anos mais tarde, ele realizou seu sonho, quando criou o primeiro grupo de dança com homens e mulheres, com sua primeira parceira, Lisa, ele estrelou com Buddy e Mike Sarkissian em Las Vegas

O Larry Potter na Ventura Boulevard colocou um anúncio na revista "Key" anunciando o surgimento de "Atash", uma dançarina turca, que também era um contorcionista. 


 Samia Gamal came to Los Angeles without her musicians and performed a few times at a club on Sunset. She had a bit in a movie dancing at a bazaar way in the background. It might have been all of ten seconds long. I think the movie was King Solomons Mines. The Greek Village changes owners. Betty Dascolatis and Yourdani pack them in. With the opening of the Fez in Hollywood, the Bellydancing craze begins.

Eu não estava muito feliz com suas fotografias e nem com suas calças pantalonas, as quais conseguíamos ver através delas. Antes que pudesse assití-la, foi levada para Nova York, para ser a bailarina destaque em um novo musical chamado "Fanny". Ela usou seu nome completo, em seguida, que foi Najila Atash

Samia Gamal veio para Los Angeles sem seus músicos, e se apresentou algumas vezes em um clube no Sunset. Ela aparecia, dançando um por poucos segundos em um filme. Talvez uns dez segundos de duração. Acho que o filme era As Minas do Rei Salomão

O Greek Village muda proprietários. Betty Dascolatis e Yourdani deixa o lugar lotado. 

Com a abertura do Fez, em Hollywood, a mania de dança do ventre começa.
Sam Akashian, Buddy Sarkissian, and Mike Sarkissian
 
Saida Asmar and Ahmed Jarjour

Tradução livre por Carine Würch

sábado, 20 de junho de 2015

HISTÓRIA DA DANÇA DO VENTRE NOS EUA II (Jamila Salimpour)

Texto postado no Tribe Net, por Andre Khoury, pai de Isabella Salimpour (neta de Jamila Salimpour)

Quando chegou o dia para ver a famosa "Rosemarie", gravadores pesando uma tonelada, foram levados para o teatro. Naqueles dias, eram poucos os que poderiam se dar ao luxo de possuir um. Pegamos assentos no centro, de frente, bons lugares para um auditório, onde se sentam cerca de três mil. 

Fomos cedo e as luzes ainda estavam acessas, assim olhamos em volta para ver quem estava sentado onde, antes do show começar. Era quase a hora de começar e, exceto pelo nosso grupo, havia cerca de vinte pessoas no balcão do teatro. Lá embaixo, havia um punhado de pessoas, e havia chegado do show começar. Esperamos, esperamos e esperamos, percebendo que algo estava acontecendo, e que talvez poucas pessoas compareceriam. Quando se tornou evidente que não haveriam mais pessoas, os que estavam no balcão concordaram em ficar no andar de baixo, mais perto da música. 

Não me lembro muito sobre a dança de Rosemarie. Eu tinha mais ou menos 24 anos. Ela foi a primeira dançarina que vi em pessoa. Ela não tocava snujs. Tio Vahan disse que ela estava chateada quando ele gravou seu show, sem um acordo de antemão, e que precisaram negociar para que ele pudesse manter a fita. Zetrac a convidou para sua casa para uma noite musical, e fui apresentada a ela como uma aspirante a dançarina oriental

A seu pedido, dancei para ela. Ela foi gentil em suas críticas sobre a minha "coreografia" e fez sugestões sobre meus braços, atitude e etapas. A única coisa que ela me mostrou, e que eu não poderia fazer, era uma figura de um oito indo devagar até até o chão e todo o caminho para cima novamente. Perdemos seu paradeiro, exceto por um breve visão dela em um clube recém-inaugurado na Sunset Boulevard, chamado de "Mil e Uma Noites", onde ouvimos que ela estava trabalhando. Eu nunca a vi dançar novamente.

Houve outros programas Orientais de tempo em tempo. Um dos mais memoráveis foi de Shah Baroviano, um músico de tar, armênio persa, que se apresentou no Wilshire Ebell. Ainda posso ouvir sua bela versão de "Naz Bar". Parecia que todo o público cantava junto. Foi por volta de 1950 ou algo assim. De Fresno, Richard Hagopian, um jovem virtuoso no Oud, estava sendo comparado ao grande Oudi Harant. Passariam mais alguns anos até que eu dançasse com sua música em uma boate em Fresno.

O Town and Country Market em La Cienega abaixo Melrose, tinha um restaurante Oriente Médio que tinha música e dança popular nos fins de semana, mas não havia dançarinas do ventre. Nós fomos lá algumas vezes, e nos juntávamos ao dabke, entre as mesas. 

Haviam programas em que uma mulher chamada Khanza Omar, que fazia proezas, que precisávamos ver para crer. Dizia-se que além de ser uma grande dançarina, ela poderia fazer backbends maravilhosos e levantar cadeiras com seus dentes, levantando e continuando a dançar ao mesmo tempo, mantendo a cadeira entre os dentes. 

Vídeo de Princess Raja, cerca de 1904, mostrando a dança onde as dançarinas seguravam a cadeira com a boca.


Nos anos mais tarde, vi um documentário sobre bailarinos do Egito, que tinha uma sequência feita em uma tenda, do fora das pirâmides chamado The Balloon Café, ou algo parecido. Uma das dançarinas, vestida com Assuit da cabeça aos pés, e tocando enormes snujs, desceu até o chão em duplos shimmies, inclinou-se, ainda mantendo o tempo da música com seus snujs, e pegou uma mesa com os dentes, equilibrando-a alto no ar, enquanto dançava. Eu fui a uma apresentação da amada Khanza Omar. Para surpresa de todos, ela morreu no fim de semana antes de a comunidade árabe apresenta-la em um show chamado "ExtravaKhanza". Diziam que ela era uma princesa marroquina. Ocasionalmente, ela trabalhava como figurante em filmes. Outra dançarina Orientale chamado Delalah Mur, residia em algum lugar em Los Angeles, ensinava e tinha uma trupe. Nunca vi o ela dançando.

Tinha por volta de vinte e seis anos, quando eu decidi aprender a tocar Oud. Encontrar um professor, era história aparte, e novamente tenho que agradecer Anoosh, por encontrar o Sr. Levonian, que estava disposto a me ensinar a tocar Oud. Eu queria muito aprender estilo egípcio, mas Levonian tocava o estilo turco. Mas era ele ou nada. Lembro-me dele reclamando sobre uma dançarina chamada Karoon Tootikian, que queria que ele compusesse uma música para ela. Incomodava-lhe que ela queria que ele colocasse a harmonia em sua composição, e ele diria que a nossa música é inocente, que ela deve deixá-la em paz! 

Do que eu consegui reunir sobre sua dança, ela era uma dançarina folclórica armênia interpretativa. Ouvi que sua especialidade era um dervish rodopiante , o que era fácil para ela dançar, pois tinha uma doença ocular, que tirou sua visão. Uma vez, que ela calculou mal as dimensões do palco no Wilshire Ebell e, durante a apresentação de seu dervish, ela caiu no fosso da orquestra.

De Boston, vieram histórias de dois clubes, onde o negócio foi crescendo: Khayyam e Club Zarra, que tinha apresentações de música e dança do Oriente Médio.

Histórias da briga em curso entre a cantora libanesa Morrocos e a impetuosa dançarina argelina Bedeah eram relatados semanalmente pela imprensa, que estavam sempre incitando, na esperança de criar uma briga. 

Greek Village abriu em Hollywood Boulevard. Eles contrataram meus músicos, mas não queriam uma dançarina do ventre. Os proprietários eram da Costa Leste. A esposa do proprietário cantava e dançava um Cifte Telli em roupas de normais (não figurino). Tinham uma filha que se parecia com Sophia Loren. Ela usava blusas de corte baixo e acompanhava os músicos com um tambor de conga. Não importava se ela sabia tocar ou não. A visão dela, valia o preço da entrada.

Tradução livre por Carine Würch

sexta-feira, 19 de junho de 2015

HISTÓRIA DA DANÇA DO VENTRE NOS EUA I (Jamila Salimpour)

Texto postado no Tribe Net, por Andre Khoury, pai de Isabella Salimpour (neta de Jamila Salimpour)

Para falar sobre o movimento de dança do ventre em São Francisco, tenho que descrever a cena que estava acontecendo nos Estados Unidos e em Los Angeles, que, creio eu, precedeu os clubes profissionais e shows de cabaré que, eventualmente, tiveram lugar em São Francisco.

A partir do final dos anos 1940, até o final dos anos 1950, a música do Oriente Médio e sua dança eram praticamente desconhecidos para os norte-americanos. No entanto, ela floresceu em pequenos bolsões onde os imigrantes representantes de diferentes países do mundo árabe, que se reúnem para celebrar os costumes sociais ou religiosas. Suas nacionalidades eram um elo comum, e, sempre que se encontravam, música e dança eram incluídos em suas festividades.

O que os EUA sabia sobre música do Oriente Médio e sua dança era através das produções musicais distorcidas de Hollywood. Yvonne De Carlo e Rita Hayworth foram destaque em vários blockbusters bíblicos, coreografados por dançarinos de Hollywood do jazz moderno, que interpretaram dança do Oriente Médio em espasmos convulsivos que eram doloroso de assistir. Depois de ver Rita Hayworth em Salomé, eu pensei: "Seria o único que sabia de filmes egípcios estavam sendo mostrado mensalmente em Los Angeles? Ou será que ninguém estava interessado em autenticidade?"

No final dos anos 1940, minha família egípcia conseguiu sobreviver nos EUA, mas eles não se misturam com os americanos. Eles trabalharam entre os americanos e quando chegavam em casa, sua língua prncipal era armênio, (eram armênios do Egito), a segunda era turco, (quando eles não queriam que seus filhos soubessem o que eles estavam dizendo) e a terceira o árabe, quando falavam com amigos do Egito. A casa estava cheia de música árabe: Mohammed Abdel Wahab, Om Kalthoum e similares foram tocadas repetidamente em nos idos de 78.

Uma vez por mês, assistíamos os filmes egípcios em La Tosca Theater. Discos das músicas dos filmes eram vendidos no lobby. Quando chegávamos em casa , colocávamos os discos e tentávamos imitar os dançarinos que tínhamos visto nos filmes. Aprendi sozinha a tocar snujs. Minha senhoria Anoosh, fez um traje e eu estava pronta para dançar sempre que a ocasião aparecia. Eu tinha cerca de 21 anos de idade na época.

No final da década de 1940, antes que houvesse clubes do Oriente Médio em Los Angeles, eu fiz algumas apresentações, nos poucos locais que apresentavam Orientale Danse, como era então chamado pelos nativos. Uma vez por ano eu dançava na festa de Ano Novo Turco, mensalmente dançava no Armenian Old Age Home, para o AGBU, Armenian Great Benevolent Group, e em festas particulares e similares. Não haviam músicos profissionais de verdade na cidade. Grupos se reuniram porque a música era o seu passatempo e não sua profissão. E eram estes meus músicos  que consistiam a Hanna Brothers Orchestra, mecânicos de dia, e os músicos por escolha, sempre que uma ocasião os chamava para tocarem. Se eles precisavam de um músico extra no Oud, Kanoon ou Derbake, eles sabiam que algum amador gostaria de participar. Eles não eram Abdel Wahab, mas eles tinham alma.

Por volta de 1947 e pelos os próximos dez anos, qualquer notícia sobre música e dança do Oriente Médio vinha do Oriente Médio. Todos os domingos, uma estação de rádio de Fresno, transmitia um programa de notícias e música que abriu com músicas familiares que todos nós cantarolávamos. 

Harout's Har Omar, um restaurante armênio na Rua Ivar e Sunset Boulevard, contava com os irmãos Hurach e Florence Yacoubian no violino e piano. 

Uma vez por semana em KFAC, Mr. Yegeshay Harout apresentaria uma hora e meia de música da Armênia e do Oriente Médio, que incluíam tanto música popular e clássica. O locutor era conhecido por sua voz dramática e o programa começaria com: "Debaixo de um arbusto, um pão e uma garrafa de vinho e os meus poemas: tudo o que preciso. E tu, que ao meu lado cantas no deserto, e o deserto se torna, então, no paraíso." Outras citações de Omar Khayyam embelezavam o programa que cada armênio ouviria, estando dentro do raio do transmissor de KFAC. 

Zetrac, que possuía o Café Turco na 6th Street iria entrar em sintonia com Harout, assim como Zabelle, que costurava para celebridades na comunidade armênia e assim como Annoush e sua família, inclusive eu. E assim foi com meses de antecedência de sua chegada nos Estados Unidos que a comunidade Oriente Médio era ouvir do futuro aparecimento de "Rosemarie", dançarina oriental, cantora em seis línguas, vinda do Egito, acompanhada pela conhecida orquestra Hanna Brothersat, no Wilshire Ebell Theatre

Finalmente, fomos vê-la ao vivo, dançando ao som de música ao vivo. Compramos nossos bilhetes com suficiente antecedência, para que não houvesse dúvida que nossos lugares foram reservados.

CONTINUA...

Tradução livre por Carine Würch

quinta-feira, 18 de junho de 2015

A HISTÓRIA DA DANÇA DO VENTRE NOS ESTADOS UNIDOS

Uma declaração pessoal de Jamila Salimpour por Jamila Salimpour


O primeiro clube de sucesso a abrir em Los Angeles, que tinha um toque oriental, foi a Greek Village na Hollywood Boulevard. Foi por volta do início dos anos 1950, uma época em que atrizes italianas dominavam a tela do cinema americano... Sylvia Mangano, Anna Magnani, Gina Lollobrigida... decote generoso transbordando sutiãs acolchoados. Todas usavam blusas com os ombros de fora, o tanto-quanto a nudez era permitida naqueles dias. 

Mostrar o umbigo era considerado "arriscado" e ainda um não-não

Então, quando meus músicos foram contratados pela Greek Village, e eles perguntaram aos proprietários se eu poderia me juntar a eles, a resposta foi não. Eles não queriam uma dançarina em um traje curto! 

Os donos do restaurante tinham uma filha que era um belo atrativo. Eu acho que eles eram gregos da Costa Leste, ouvindo muito música turca. A esposa era a anfitriã, e cantava em grego, turco e um pouco de árabe. A filha, que parecia com Jane Russell, usavam blusas reveladoras de ombros de fora. Ela tocava atabaque, e o comprimento da blusa era um pouco abaixo do busto. 

Em uma época de inocência, era uma grande atração e tema de conversa entre muitos dos clientes, predominantemente do sexo masculino. Assim, eu ia ao Greek Village como um cliente, ocasionalmente levantando-me para dançar por insistência dos meus músicos, mas sem ainda nenhuma oferta de emprego.



Originalmente, o Greek Village foi dividido em duas partes, a parte traseira era fechada quando o negócio ainda era novo. Como os negócios aumentaram, a divisória ia sendo movida cada vez mais para trás, até que toda a loja mostrou-se como um grande retângulo. A mensagem se espalhou pelos marinheiros gregos sobre o Greek Villagee quando seus navios chegavam ao porto, eram apresentados com algumas das melhores dança grega que já vi. No início, o palco era de centro-frente, mas como a nova audiência de clientes-artistas cresceu, o palco foi transferido para o meio do retângulo no lado da mão direita. 

Uma lâmpada nua pendurada diretamente sobre o palco e tornou-se um concurso semanal internacional para ver qual dançarina poderia chutar alto o suficiente para bater a lâmpada. A dança de exibição favorita era Zabek. O Ouzo (bebida grega) fluia livremente, como uma águia, um após o outro abria as asas na dança ritual. Homens gregos gostam de dançar. De vez em quando uma mulher se levantar e fazer um recatado Cifte Telli*. Ainda nenhuma oferta de emprego para mim. Os negócios, no entanto, estava começando a crescer.

* O Tsifteteli (em grego: τσιφτετέλι; turco: çiftetelli), é um ritmo e dança da Anatólia e dos Balcãs com um padrão rítmico de 2/4 [1] Em turco, a palavra significa "dupla de cordas", tirada do estilo de jogo de violino. que é praticada neste tipo de música. Há sugestões de que a dança já existia na Grécia antiga, conhecida como a dança de Aristófanes Cordax. [2] No entanto, é muito comum na Grécia e na Turquia, mas também em toda a região antigo Império Otomano.

Meus músicos foram substituídos por músicos profissionais importados diretamente da Grécia. O primeiro contingente incluiu a escandalosa Betty Daskalakis, cantora, sedutora, e designer de vestidos estranhos, com fendas em todos os lugares errados, os quais geraram muita fofoca entre as "pessoas morais", despertando a curiosidade de toda Los Angeles. Assim como na Feira Mundial de Chicago, em 1893, quando os dançarinos, ofenderam a sensibilidade do que era considerado a "moral", os clientes do Greek Villagevinham em grande número para ver o ofensor em primeira mão, a fim de passar de forma mais eficaz seu julgamento. A caixa registadora mostrava os lucros, os manifestantes ficavam a maior parte da noite para assistir Bettye verificar se a fofoca era realmente verdadeira. Ela nunca os decepcionou.

Jamila, dancer, Adel Sirhan, oud player, Lemmy Pasha, Kanoun, Yousef, violin - 12 Adler Place


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quarta-feira, 17 de junho de 2015

O MISTÉRIO DE LITTLE EGYPT

O Mistério de Little Egypt por Jamila Salimpour

Será que ela existe? Era uma pessoa real, ou alguém compõem o nome como um chamariz, para o encantamento do público?

Sol Bloom, empresário de São Francisco que viajou para a Inglaterra em 1889, onde viu pela primeira vez os artistas do Oriente Médio no Crystal Palace Exposition.

Ficou tão encantado com o show que estava determinado a trazê-los para os EUA, durante a Feira Mundial de Chicago definida para inaugurar em 1893

Levou mais de um ano para organizar a sua passagem, uma vez que demandaria algum tempo antes da Feira abrir.

Em sua autobiografia, Sol Bloom afirmou que não havia uma pessoa chamada "Little Egypt" na Feira Mundial de Chicago. Embora houvesse dançarinas do Egito, Turquia, Tunísia, Marrocos, e da Pérsia, suas preferidas eram as Ouled Nail da Argélia.

Em um debate via e-mail sobre o Movimento da Dança de Ventre nos Estados Unidos, a pessoa com quem conversava, trouxe a tona o nome de Little Egypt, novamente como sendo a primeira dançarina de dança do ventre a se apresentar na Feira Mundial de Chicago em 1893.

Mais uma vez o mistério pairava no ar, após falar ao telefone com Ben Traywick, historiador de Tombstone, Arizona. E aí você vai dizer, o que a história de Little Egypt tem a ver com Tombstone, Arizona?
Bem, há muitos anos atrás me deparei com um livro sobre o Wild West publicado pela Time / Life em 1974, intitulado "The Gunfighters". 

Na página 23, havia uma fotografia a cores de uma pintura de uma dançarina de dança do ventre, dançando no "Birdcage Theatre", em 1881

O "Birdcage" era um bordel famoso em Tombstone, Arizona, que contou com uma variedade de apresentações de todo o mundo, para entreter os clientes.
 
Sempre tive vontade de investigar a validade do artigo na Time / Life, e assim, muitos anos depois peguei o telefone e liguei para informações no Arizona e pedi o número de Tombstone e do Teatro Birdcage.


A Sra Alice Moody, recepcionista dos turistas do Birdcage Theatre disse que sim, a pintura da dançarina do ventre ainda estava pendurada sobre o bar no Birdcage. Ela verificaria qualquer informação que pudesse enviar. Um panfleto chegou com a história de Tombstone e num flyer de lugares para hospedagem, Ms. Moody escreveu:

"Pintura de Fatima, mais tarde conhecida como "Little Egypt". 
Pintura original de Fatima, que era uma dançarina oriental. Ela dançou no Birdcage em 1881A pintura foi um presente dela para o Teatro, para ser pendurado no bar. Está pendurado lá desde 1882O Tamanho da pintura é de aproximadamente cinco por oito pés de altura (1,5m x 2,4m) - feita por um artista italiano.

Ms. Moody tinha copiado as informações da placa de bronze que pendia abaixo da moldura.

Fiz a pergunta a Ben Traywick: Quem era a mulher na pintura? Como ela chegou a Tombstone? Quem a contratou? Quanto tempo ela se apresentar no Birdcage?

Ben Traywick disse que ela provavelmente veio em parte de trem, e em parte por meio de uma diligência, o Wild West sendo o que era, em 1800

Mr. Traywick disse que naqueles dias, agentes contratavam artistas para se apresentar em locais similares ao Birdcage, e diferentes atrações rodavam no circuito dos Estados Unidos. Sua turnê pode ter começado em Sao Francisco ou Chicago e pode ter durado um ano.

Como Fatima chegou à América (EUA)? Por causa do seu figurino, poderia ter sido uma Ghawazee. A blusa é transparente e ela parece relaxada e à vontade em seus arredores. Sua dança é acompanhada por um Oud, a cena parece autêntica.

A maioria das dançarinas de ventre, acha que a Dança do Ventre na América foi apresentada pela primeira vez na Feira Mundial de Chicago em 1893. Se esta Fatima dançou em Tombstone, em 1881, e Feira Mundial de Chicago ocorreu em 1893, ela precedida Feira Mundial de Chicago por 12 anos.

Será que ela voltou para o Egito? Será que ela talvez se juntou a seus parentes e talvez dançou em Chicago? Quando ela viajou na América ela usar um vestido vitoriano? Como ela sobreviveu?

Despertei a curiosidade de Ben Traywick mas ele não tinha mais nenhuma informação para me dar. Então, tudo o que sabemos é que Fatima dançou em Tombstone e saiu.

Mr. Traywick e eu trocamos números de telefone e endereços. Se tivermos mais alguma informação, deixo vocês saberem. Enquanto isso, o Mistério de "Little Egypt", continua.

Copyright © Jamila Salimpour
Sobre o autor: Jamila Salimpour começou sua carreira com a idade de dezesseis anos no Ringling Brothers Circus, como dançarina acrobática. Ela estudou música do Oriente Médio e sua dança, e em 1947 começou a aparecer em eventos culturais e clubes étnicos em Los Angeles, e mais tarde em San Francisco, onde ela possuía a Bagdad Cabaret. Ela começou a dar aulas em 1952, o desenvolvendo de um método único de discriminação verbal e terminologia para os movimentos que a maioria de nós usamos hoje. Ela já treinou inúmeros professores e artistas de todo o mundo (incluindo Shareen el Safy, Horacio Cifuentes, e John Compton), e produziu seminários e festivais, muitas vezes co-ensinando com a filha, Suhaila Salimpour. Em 1969, ela criou o tribal Bal Anat, tocando e excursionando com a trupe de quarenta membros. Jamila tem vários trabalhos pessoais publicados, incluindo um "Finger Cymballs Manual", uma história da dança Oriente Médio "From Cave to Cult to Cabaret", uma coleção fotográfica de dançarinos do Oriente Médio no Faire Mundial de Chicago, o Dance Format Manual, e numerosos artigos.


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terça-feira, 16 de junho de 2015

As LITTLE EGYPT de SOL BLOOM


Sol Bloom, diretor de entretenimento para a Feira (e mais tarde um congressista para Nova York) tinha o maior sorriso de todos, com muitos espectadores entrando com muito dinheiro para ver mais de perto. 

Sol Bloom tinha apenas 23 anos quando conseguiu organizar seu evento de atrações orientais. Descendente de judeus, colocou um monte de nações "exóticas" num balaio de gato, deu um roupagem vendável e fez uma fortuna. 

Tornou-se deputado e manteve-se na politica de 1922 a 1949, quando morreu.

Bloom era muito empreendedor, gritava "ballyhoo" e atraia multidões com introduções e discursos para as pessoas verem o shimmy e os tremidos


Conhecido por alguns como o "Music Man" ele alegou ter improvisado uma melodia no piano em uma coletiva de imprensa em 1893 para introduzir Little Egypt (nome artístico adotado por Fátima). 


Era a canção mais associada com "danse du ventre" (literalmente dança do ventre), assim chamado pelos homens de Napoleão depois de ver este entretenimento estranho no Egito após a invasão. 


Bloom nunca se preocupou os os direitos autorais sobre sua composição, que ele deve ter copiado dos músicos do norte da Africa ou dos europeu orientalistas, música que mais tarde inspirou muitas variações, com vários títulos diferentes: the Vaudeville, Hoochy Koochy, Hoolah! Hoolah!, Kutchi Kutchi, dança de Midway, Coochi-Coochi Polka, Nas Ruas o do Cairo, Kutchy Kutchy e, provavelmente o mais famoso de todos, a música Encantador de Serpentes




Ele também alegou ter cunhado a termo "dança do ventre", mas isso pode ter sido auto promoção desse singular feirante. 
A palavra "coochi" foi derivada do francês "couché", passado de "coucher" que em inglês significa "lay down (deitar)", cujo significado na linguagem popular americana remete a sexo


Como se sabe hoje, muitas dançarinas (em torno de 100) dançaram na exposição de “Ruas do Cairo”, sendo algumas delas podem ter sido a “Little Egypt” em algum momento durante o evento. No entanto, é provável que a melhor dançarina foi se sobressaindo em relação às demais e está foi Farida Mazar Spyropoulos.

Também estamos cientes de que o Sr. Bloom contratou um monte de garotas de um show anterior que ele viu antes da Exposição de Chicago. Além disso, após o sucesso de “As Ruas do Cairo”, outros promotores rapidamente criaram suas próprias versões de Little Egypt, o que aumentou ainda mais as dançarinas chamadas de little egypt. Estas, por sua vez, foram outros locais, diferentes cidades, estados, países... 

O estilo Little Egypt passou a ser chamado de “Belly Dance” e o fogo se espalhou, consumindo tudo e arrebatando todas as mulheres que toca, como você, que chegou até o final desse texto, bem sabe! 


Curiosidades 

Onde as Little Egypts aprenderam a dança do ventre
- Elas foram realmente as primeiras? Bem, a Farida era síria e portando deve ter aprendido em casa. Mas e a Wabe, que era canadense? E a Djamile

- E porque usar esse nome, "Fatima"?

São perguntas que não temos respostas, porém podemos inferir. 


domingo, 14 de junho de 2015

VÍDEO - LITTLE EGYPT (video mixado)



Little Egypt era o nome artístico de três dançarinas do ventre, que eram muito populares. Elas tiveram tantas imitadoras, que seu nome se tornou sinônimo, geralmente, para dançarinas do ventre.
Fahreda Mazar Spyropoulos, (nascida em 1871, falecida 05 de abril de 1937), também se apresentando sob o nome artístico de Fátima, apareceu na "Ruas do Cairo"  durante a Exposição Mundial Columbiana na Feira Mundial de Chicago, em 1893. Em 1898, Mark Twain quase teve um ataque caríaco, assistindo Farida fazendo seus passos.

Ashea Wabe (nascida Catherine Devine (em 1871, falecida 03 de janeiro de 1908). Dançou no banquete Seeley em Nova York em 1896, desfrutando de uma fugaz succès de scandale.

Fátima Djemille (morreu 14 de março de 1921) apareceu na Feira Mundial de Chicago de 1893.

sábado, 13 de junho de 2015

LITTLE EGYPT - FATIMA DJAMILE

Fatima Djemille - Fatima Djamille

'La Belle' Fatima nasceu Fatima Djemille na Síria em 1870

Começou a trabalhar como dançarina vaudeville americana, no final dos anos 1880, no original "Little Egypt" se tornou o primeiro renome barriga-dançarino da América

Foi vista como uma espécie de curiosidade depois de aparecer na Feira da Exposição Mundial de St. Louis em 1893, Thomas Edison pediu-lhe para apresentar sua dança do ventre para a câmera, fazendo um filme em 1896 e 1897 no estúdio Black Maria em West Orange.

Em 1903 ela é vista com sua dança inspirada no estilo turco, também referida como 'Muscle Dance', na filmagem para o American Mutoscope Film Co, este filme foi censurado em Chicago em 1907 - parte do corpo de Fatima foi cobertas por faixas na filmagem. É a dançarina dos filmes de Thomas Edison “Coochee Coochee Dance” de 1896 e “Fatima” 1897. 

O fato dela se chamar Fatima, ajudou na confusão com a LiTtle Egypt original, que havia inicialmente adotado o nome de Fatima (A síria Farida). 

Com a divulgação do vídeo, a confusão só aumentou. 

Uma interessante razão para haver essa confusão sobre quem exatamente foi Little Egypt reside no fato de que a Grande Exposição de Chicago de 1893 ficava aberta 20h por dia.

Nenhuma dançarina poderia dançar 20 horas seguidas, sete dias por semana. 

Ou seja, obrigatoriamente deveria haver várias dançarinas para o mesmo show. 

Sua última aparição no palco como uma dançarina, foi no Victoria Theatre de William e de Oscar Hammerstein, em 1913

Ela, infelizmente, morreu de um ataque cardíaco em 14 de março de 1921, aos idade 51 em Venice, Califórnia.


FONTE - http://en.wikipedia.org/wiki/Little_Egypt_(dancer)
http://www.imdb.com/name/nm0268873/bio
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sexta-feira, 12 de junho de 2015

LITTLE EGYPT - ASHEA WABE

Ashea Wabe 
Outra Little Egypt chamada Ashea Wabe (Catherine Devine) tornou-se o assunto da cidade, saindo na primeira página dos jornais em dezembro de 1896, depois que ela dançou na a Quinta Avenida em Nova Yorque, numa festa de despedida de solteiro de Herbert Seeley realizada no restaurante Sherrys, que acabou sendo invadida pela polícia. 

Um promotor de eventos rival, avisou que Ashea iria dançar sem roupa. A polícia chegou pouco antes dela concluir o ato. 

Em depoimento ela confirmou que realmente iria tirar toda a roupa. 

Theodore Roosevelt, então um comissário de Polícia de Nova York, apoiou o capitão da polícia que conduziu a batida policial, e que posteriormente foi vilipendiado pelos meios de comunicação da cidade - por interferir em uma festa realizada por cavalheiros da alta classe. 

Somente mais tarde é que a história veio a tona: Srta Wabe tinha toda a intenção de realizar o nu e teria feito isso, caso a batida policial não tivesse ocorrido.
A batida policial trouxe uma certa fama para Wabe. Ela foi contratada pela Broadway, pelo empresário Oscar Hammerstein I, para aparecer como ela mesma em uma paródia humorística do jantar de Seeley. Depois disto foi esquecida, exceto por uma série de fotografias tiradas por Benjamin Falk.

No evento Trans-Mississippi International Exposition, realizada em 1898 em Omaha, foram anunciadas performances com uma dançarina chamada Little Egypt 
Verificou-se que ela era Ashea Wabe... 
Wabe disse: “As coisas são dessa forma! Existem quatro Little Egypt neste país, três em Chicago e uma em Minneapolis. Elas afirmam ser Little Egypt, mas sou a única verdadeira.” 

Em 5 de janeiro de 1908, ela foi encontrada morta em seu apartamento na 236 West 37th Street, New York City, por sua irmã, tendo aparentemente morrido de asfixia por gás. Deixando uma herança de mais de US $ 200.000. 

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