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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Pilares do Sul - Gabriela de Lima (Inspirações)

Pesquisa sobre o Tribal no RS | Conte sua trajetória dentro do Tribal.
Trajetória - Inspirações - Cursos - Cenário - Linha de Trabalho - Definição
Respostas enviadas durante o ano de 2015.

Minhas inspirações dividem-se entre pessoas, grupos e a própria forma de se utilizar o corpo na dança.

No tribal acho Illan Rivieri muito completo, Irina Akulenko precisa e bem arraigada nas danças urbanas, mas como não se apaixonar por Ambrosia Apsara e as composições de Sera Solstice... 

Isto sem falar no riquíssimo trabalho da Kilma Farias e da Cia Shaman aqui do Brasil.

Sim, existem muitas formas apaixonantes de tribalizar, mas acho que estou encontrando nas danças urbanas uma forma mais completa de conhecer o corpo, que certamente influenciará muito minhas próximas produções e a minha construção de corpo para adaptar ao tribal.
Fonte: texto enviado por Gabriela de Lima para o Blog

Fotos: arquivo pessoal de Gabriela de Lima no Facebook

terça-feira, 29 de setembro de 2015

BAILARINA - Hellen Labrinos Vlattas


Advogada, membro do Conselho Internacional de Dança CID UNESCO e amante da dança OrientalTribal Brasil e Tribal Fusion. Iniciou seus estudos em dança do ventre em 2007 até 2009 com a primeira professora de Oriental da Paraíba a bailarina e coreógrafa Alecsandra Matias, participando do grupo por ela criado Warda Harém. Em 2011 reiniciou os estudos em dança Oriental no Teatro Santa Roza e no Studio Lunay, sob a coordenação de Kilma Farias, professora, bailarina, coreógrafa.

Em junho de 2012 mudou-se para Grécia e continuou o curso no Artistic Studio ORIENTAL EXPRESSION Oriental sobe a coordenação de Anna Dimitratou no mesmo ano entrou nas classes de Tribal Fusion com a professora Erifily Nikolakopoulou e Tribal Ético com a professora Christina Markopoulou.

No fim do mesmo ano fez seu primeiro solo de Tribal Brasil na Europa. No ano de 2013, participou dos 10 anos da Cia Lunay, aproveitando a oportunidade para fazer Workshop de Tribal Brasil, Combos de Tribal Brasil com Fabiana Rodrigues e 10 movimentos de Tribal Brasil com Jaqueline Lima.

Retornando a Grécia, ministrou aulas no Lar Brasileiro de Oriental e introdução ao Tribal Brasil. Participou do primeiro projeto coletivo de Videodança e Tribal realizado no Brasil, sob a coordenação da idealizadora, bailarina e coreógrafa e professora de artes Mariáh Voltaire. Com imagens realizadas no Egito e na Grécia. Participando de vários festivais e seminários.

A DANÇA COMO INSTRUMENTO DE SOCIALIZAÇÃO.

Ao chegar em lugar pela primeira vez, a sensação de plenitude, acontece sempre com aqueles que amam viajar. As belezas culturais, a diversidade, o paradoxo com o país de origem, são sempre efeitos encantadores e viciantes. Porém, quando se viaja sem o bilhete de volta, além de todas as sensações citadas acima, existe a necessidade de interação com o meio social.

É quando nossa profissão de anos de estudos não pode ser excedida no primeiro momento, bate um certo vazio, e as perguntas começam a nos invadir, sempre nos questionando o fato de ter feito uma viagem sem volta. E nesse momento que muitas de nós, descobrem outros talentos, ou transforma o conhecido hobby (palavra inglesa utilizada para atividades que despendem tempo com o objetivo de relaxamento e prazer do praticante sem que tenha fins lucrativos), em trabalho ou meio de integração social.

Surgindo a vontade de continuar o hobby é que começamos uma nova forma de viver a realidade no exterior. E assim, tantas brasileiras abrem suas pequenas empresas, artesanais ou de produtos brasileiros, outras trabalham com a dança, principalmente com o samba, um dos mais famosos ritmos brasileiros.  Assim sendo, o coração foi tocado pelo sentimento profundo de afastar-se do ambiente inteiramente familiar para novas relações de amizades e trocas culturais.

Quando o sorriso vale mais que mil palavras. Segundo Patrícia Lopes Dantas (2015):
       “A dança, arte de movimentar o corpo em certo ritmo, é uma das três principais artes cênicas da Antiguidade, ao lado do teatro e da música. Enquanto arte, a dança se expressa por meio dos signos de movimento, com ou sem ligação musical, para um determinado público.

Voltando a frequentar as aulas de dança Oriental, ou Dança do Ventre como é chamado no Brasil. E sem saber uma palavra em grego, porém, sabendo dos movimentos em relação a dança, a única função na sala de aula era sorrir, e dizer em grego que não falava grego. Três vezes por semana entrava “muda e saia calada” mas, com a coreografia na ponta dos pés.  

Mesmo assim, as novas companheiras sempre foram gentis e compreensivas. Mergulhando de cabeça na dança oriental e experimento outras danças éticas, participando de vários eventos, e tendo a honra de pisar pela primeira vez em um palco grego, o teatro Dora Stratou.

Quando bate a saudade de casa.

Quem mora longe sabe, o quanto ficamos bem mais patriotas, além da saudade de casa, da família, dos amigos, da música, da dança e dos sabores típicos.  Fazendo surgir fusões de ventre e samba, estudos de Tribal Brasil Bellydance. Dançar ao som, de Luiz Gonzaga, João Cassiano, Forró In The Dark, utilizar da capoeira, e de momentos afro-brasileiros, além de outras danças folclóricas, tornam a vida muito mais fácil.  Mostrar algo diverso e tão enraizado em na alma, faz esplandecer toda ternura que de certa forma encobre a saudade.

Os figurinos floridos ou coloridos, as flores no cabelo, o sorriso no rosto, a imensa alegria, são carteiristas que todas os outros países nos atribuem, todos em algum momento já se deparam com explanação: “os brasileiros são pessoas alegres”. Enfim, promover a cultura do país de origem pela arte, também é diminuir a saudade carregada no peito. 

Aqui sue blog pessoal: http://www.elenisymban.eu/

segunda-feira, 6 de julho de 2015

SOBRE O TRIBAL BRASIL por Kilma Farias

Tribal Brasil - Minhas impressões e expressões por Kilma Farias



Quando me encantei pelo Tribal em 2003 e decidi que iria estudá-lo esbarrei no meu primeiro obstáculo: a inexistência de professores no estilo. 

Até então só havia um grupo em todo o Brasil chamado Cia Halim, na época, dirigido pela Shaide e Fernando Reis, e sediado em São Paulo capital. O grupo experimentava a fusão do vocabulário indiano e flamenco com a dança do ventre, trazendo uma semelhança de vestuário com o ATS, porém mantendo características mais particulares. Falava-se em Tribal Brasileiro, devido às adaptações que o estilo trazia do que chamamos Tribal Americano (American Tribal Style). 

Em 2005 convidei a Shaide e o Fernando a ministrarem workshop em minha cidade, João Pessoa, e isso atraiu praticantes autodidatas e curiosos de todas as áreas de dança do Nordeste. No workshop, os professores frisaram a importância de se estudar o flamenco e a dança indiana, além da dança do ventre, por serem esses os pilares do Estilo Tribal Americano, uma vez que não tínhamos no Brasil professores de ATS. Eles também abordaram o assunto do Tribal estar focado nas danças étnicas e que um estudo das danças brasileiras cairia bem ao estilo. Isso acendeu uma luz na minha caminhada.

Em 2003 eu estudava Dança do Ventre com uma professora, chamada Ismália Sales, que nos trazia movimentos das Danças dos Orixás e chegamos até a montar um espetáculo fusionando movimentos da dança de Iansã, Iemanjá, Oxum aos nossos conhecidos movimentos orientais. 

O estilo era chamado por ela de Dança do Ventre Experimental, mas para mim ainda faltava algo que fizesse a liga, que unisse as duas formas de expressão Afro-Ventre em algo com uma só leitura, e que ao mesmo tempo trouxesse uma linguagem múltipla.

Iniciei uma pesquisa comparativa de ritmos e danças Orientais e Ocidentais, juntamente com os músico Magno Job e Victor Ramalho, observando a cadência, tempos, acentuações de diversos ritmos. Estudei as danças brasileiras em foco comparativo e extraí pontos convergentes entre as nossas danças e as danças do Oriente Médio. Dessa pesquisa, resultou meu livro Dança do Ventre, Da Energia ao Movimento, publicada pela Editora Universitária da Paraíba em 2004. No livro em questão, descrevi a trajetória de cerca de 200 movimentos com algumas ilustrações no intuito de que eu pudesse ir comparando depois com as danças afro-brasileiras e populares. A edição desse livro está esgotada desde 2007

Nesse processo, conheci o músico João Cassiano que passou a fazer parceria nessa pesquisa e juntos estabelecemos as correlações entre, por exemplo, Malfuf e Coco de Embolada, Soudi e Baião, Karatchi e Ijexá, Bambi e Samba Reggae. Surgiu como resultado dessa busca o termo Tribal Brasil para denominar os movimentos que eu passava a fusionar. 

Aulas de Afro tornaram-se necessárias e a professora Luiza Regina se agregou ao projeto. Os encontros aconteciam aos sábados durante os ensaios da Lunay, grupo que fundei em 2003 e que desde sua fundação abordou a Dança do Ventre em um caráter regional, utilizando músicas nordestinas em seu repertório, buscando uma maior identidade com nosso público e entendendo a semelhança cultural devido às heranças do Oriente deixadas aqui por nossos colonizadores.

Por estarmos tão envolvidos pela pesquisa rítmica, sentimos a necessidade de estruturarmos o primeiro espetáculo de Tribal Brasil da Lunay com música ao vivo. Chamou-se De Corpo e Alma, sendo a música a alma condutora de toda a movimentação. Para tanto, o grupo passou a ter aulas de percussão com João Cassiano e  Veronica Alves, que também passou a integrar o corpo de dança da Lunay na época. Além de termos Roberto Sansão também integrando como músico. Em 2006 pudemos apresentar nosso primeiro resultado desses estudos, ainda com forte peso do ATS/ITS, trabalhando com base no improviso dirigido através de sinais sonoros e gestuais, com uma música totalmente orgânica que em momentos era pré-estabelecida, em outros, totalmente improvisada.

O resultado foi muito bem aceito na época e logo os primeiros admiradores do estilo começaram a surgir, querendo saber do que se tratava, de como também poderiam trabalhar de modo semelhante. Assim, os primeiros convites para workshops começaram a surgir e, em 2006, fui convidada a levar o Tribal Brasil para a Argentina, através de Rita Andriossi. Lá, ministrei duas aulas para professores que até então haviam ouvido falar muito pouco do Tribal. Conheci Osvaldo Brandan, grande maestro da musicalidade Árabe, no qual pude falar sobre a pesquisa comparativa que realizava e através dele consegui muito mais embasamento para o que buscava estruturar. Retornei ao Brasil após um mês, com muitas respostas sobre o que estava buscando e definitivamente decidi estruturar o Tribal Brasil e ser uma divulgadora do estilo.

Em 2007 outros músicos se somaram ao projeto, Victor Alfonso e Mariana. Na época, o Magno estava de mudança para Natal por ter entrado para a Orquestra Sinfônica dessa cidade e tivemos de fazer diversas adaptações. Nessa experimentação, montamos novo espetáculo Ventre e Tribal como resultado da comparação dos ritmos Orientais e Ocidentais. A partir de então começamos a perceber que nosso repertório de movimentos começava a ficar escasso, acabávamos nos repetindo. Algumas dessas repetições foram batizadas com nomes de movimentos que usamos até hoje na Lunay e as utilizamos principalmente para improvisos, algo na linha Combo Based, combos já pré-estabelecidos que podemos utilizar em ritmos 4/4, por exemplo.

Mas esse repetir-se gerava uma angústia, uma vontade de fazer diferente. E dessa necessidade surgiu o Cultura em Movimento, em 2008. Esse projeto visa trazer diversas Danças Étnicas ao nosso repertório. De dois em dois meses convidamos um professor de uma modalidade diferente para nos trazer algo novo e assim já pudemos estudar Popping, Odissi, Flamenco, Cavalo Marinho, Afro, Cigana, Havaiana, Coco de Roda e de Umbigada, Kuduro, Capoeira, Maracatu, Frevo, Tango e tantas outras danças que nos servem de base até hoje. Entendendo, construindo e desconstruindo para surgir o novo; esse é meu pensamento primordial. Como ser tão natural dançando? Teríamos de trazer para nossa cena as danças que fizeram e fazem parte da nossa construção cultural, que estão no nosso padrão físico e colorem nosso imaginário. E trouxemos!

Em 2008 montamos Troupiniquim, e por hora me satisfiz com a linguagem estabelecida. Brasilidade na música, no corpo, no figurino e na cenografia: xita, céu azul, xilogravura, coco, maracatu, frevo, pífano, zabumba, cestos de vime, luz de candeeiro, aromas de cravo e canela e a naturalidade bela da mulher nordestina que encanta só de se ver passar. Tudo isso fusionado com o chamado estilo Tribal. Esse experimento nos rendeu o primeiro lugar em Dança na Mostra Estadual de Teatro e Dança da PB, e representamos nosso Estado no Fenart. Nessa época eu já ministrava workshops no estilo em todo o Brasil, despertando a curiosidade em unir a admiração pelo que vem de fora, como por exemplo o Tribal Fusion, com o que está tão perto de nós como as danças afro brasileiras e populares.

A falta de professores regulares de Tribal sempre me angustiou e, na falta, passei a fazer aulas regulares de Flamenco com Beatriz Betcher, de Dança de Rua com Vant Vaz e Percussão com Eli Porto. Processar o conhecimento e adequar à minha forma de pensar a arte se tornou meu prazer predileto. Aos poucos fui percebendo que essa ausência de professor regular de Tribal me fez criar e gerar um estilo totalmente novo, com uma abordagem única, unindo a corporeidade de diversas danças com o ATS/ITS e o Tribal Fusion, mas de um modo autêntico. 

Em 2010 tive a oportunidade de gravar um DVD de vídeo aula de Tribal Fusion e Brasil, pois nesse ano eu já não conseguia dar vazão aos convites para ministrar aulas em outros estados. O vídeo me pareceu uma excelente opção. Convidei o DJ Chico Correa e o músico João Cassiano para integrarem o projeto e tivemos um excelente resultado. O DVD esgotou no mesmo ano e novos horizontes foram surgindo. Até que recebi o convite para ministrar workshops de Tribal Brasil na Flórida, no Spirit of The Tribes, evento produzido por Maja Nile e que, no ano em questão, comemorava os 10 anos de existência do estilo Tribal Fusion no mundo. 

A receptividade no evento foi acima do que eu esperava. Tive entrevista de página dupla na revista Yallah Magazine, contei com a participação de Anasma em minha aula, que se apaixonou pelo estilo, recebi os comentários mais carinhosos da Ariellah Aflalo ainda nas coxias assim que saí do palco, o que, para mim, foi uma das maiores recompensas do meu trabalho. 

Admiro demais a Ariellah e estudei muito sua dança, minha eterna inspiração... e de repente ela estava ali me dizendo que tinha viajado na minha dança, no meu estilo, que era forte e original, que eu era uma grande dançarina... eu não queria mais nada. 

Pra mim já estava perfeito. Até que apareceu ainda John Compton elogiando o Tribal Brasil, minha performance em cena, e daí não aguentei de emoção. O Hahbi'ru foi o primeiro grupo de Tribal que assisti na vida, e creio que no mínimo umas 80 vezes assisti o mesmo DVD que guardo carinhosamente até hoje. Ganhei suas aulas gratuitamente e lá estava eu, estudando, trocando informação com meus mestres que pareciam tão distantes, querendo me ouvir falar das Danças do Brasil, das semelhanças e diferenças. 

Inesquecível. Mas para completar ainda fui convidada a dar entrevista para uma TV local, para ser jurada da mostra competitiva de Tribal e para improvisar ao som da banda californiana Danyavaad. O público recebeu com muito entusiasmo, ministrei duas aulas de Tribal Brasil, uma delas com percussão ao vivo, abordando a pesquisa comparativa de ritmos e suas possíveis utilizações no Tribal.

Hoje, a informação nos chega com maior facilidade, assim como a produção de workshops com bailarinas internacionais acontecem com maior intensidade, chegando muitas vezes a ser difícil de escolher com quem estudar. Já trouxe, em parceria com a BeleFusco, a Sharon Kihara (US) para João Pessoa, onde a mesma ministrou 10 horas de aula; e já pude participar de diversos eventos estudando com nomes como Mira Betz, Ariellah, Mardi Love, Tjarda, Unmata, John Compton, Moria, Kami, Anasma, Lady Fred, Dalia Carella, Megha Gavin, Jill Parker, entre outros. E isso só nos dá mais base para podermos construir e desconstruir com mais propriedade, com segurança do que deve ser adaptado ou não, até onde podemos ter a licença poética para recriarmos, reescrevermos deixando nossa marca.

O Tribal Brasil prosperou tanto que diversos grupos e solistas passaram a experimentar o estilo, dentro e fora do Brasil, acrescentando suas personalidades e agregando valores diversos. Dessa observação, surgiu o projeto Caravana Tribal Nordeste, idealizado por mim e Bela Saffe e que hoje se encontra no seu terceiro ano de execução. Em 2010 e 2011 contemplou os estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bahia. Trazendo inclusive nomes internacionais como Sharon Kihara, Mira Betz e este ano Emine Di Cosmo em João Pessoa e Anasma em Salvador. A Caravana é uma forte divulgadora e fomentadora do estilo Tribal Brasil, pelas oficinas que proporciona de danças populares e afro-brasileiras, assim como a mostra de dança com as produções desenvolvidas. Paralelamente a Lunay continuou a desenvolver o estilo através da montagem de mais dois espetáculos, Caravana e Tribal Brasil, sendo contemplada com os mesmos nos Editais da Prefeitura Municipal de João Pessoa e Governo do Estado da Paraíba em projetos como Circuito Cultural das Praças, Festival de Artes de Areia, Fundo Municipal de Cultura.

Em LimaPeru, o Tribal Brasil abriu uma nova possibilidade criativa – fez com que as bailarinas de lá se animassem a desenvolver o estilo Tribal Peru. E me senti honrada em fomentar esse desejo e orientar como que elas poderiam aprofundar esse estudo. O Tribal Brasil serviu realmente de ponto de partida, de diretriz para que elas desenvolvessem lá algo com a identidade delas. Auxiliei na primeira composição coreográfica de Tribal Perú, na Escuela Luna Dance, onde as bailarinas foram me mostrando movimentos de danças peruanas, assim como músicas, e juntas, fomos esboçando o que poderiam adaptar até elas entenderem como realizo isso com o Tribal Brasil.

As inquietações são sempre presentes, creio que um estilo nunca se apresente como pronto, pois assim sendo penso que ele já nasceu morto. A vida exige evolução, transformação sempre. E acreditando assim, convidei Guilherme Schulze, professor adjunto da Universidade Federal da Paraíba e Doutor em Estudos da Dança pela Universidade de SurreyInglaterra para desenvolver um trabalho junto à Lunay. Bailarino e coreógrafo, Guilherme trabalha, entre outros métodos, com Laban, compreendendo o movimento através de seus quatro fatores - força, tempo, espaço e fluência. Sua aplicação aos processos coreográficos que vem sendo desenvolvidos pela Lunay tem como objetivo contribuir para a ampliação dos horizontes criativos e, consequentemente, das possibilidades expressivas do estilo Tribal Brasil. Já estamos em parceria desde janeiro desse ano e os primeiros resultados já começam a aparecer, caminhando para um fazer Tribal mais significativo e com maior naturalidade e propriedade do movimento. 

Vivo o Tribal Brasil em total comunhão com minha vida pessoal. Não sei dizer onde um começa e o outro termina porque para mim é comum ver dança em tudo que faço, de uma roupa que lavo no tanque a um giro a pé pela cidade, subindo uma ladeira do Centro Histórico ou estudando uma sequencia de movimento para ser apresentada no palco. É tudo dança, mesmo que não tenha intenção de ser. Sou uma eterna curiosa do movimento, das sensações que ele nos pode trazer, das sensações que motivam o movimento e ainda das impressões e sensações que causam a quem vê. O Tribal Brasil que desenvolvo segue uma estrutura, uma linha de movimento que abrange o vocabulário do ATS/ITS, do Tribal Fusion, das danças do Oriente Médio, Flamenco, Indiana, Afro-brasileiras e Populares, Popping e Contemporânea

Para ser Tribal Brasil precisa ter essa “liga” esse “amálgama” com o que é nosso e isso deve perpassar pela dança, musicalidade e figurino. Não se trata de ufanismo, xenofobia, bairrismo ou simples aversão ao que vem de fora. Pelo contrário. Queremos incluir, somar, agregar. Os movimentos por nós estruturados também trazem os traços dessa união na nomenclatura como, por exemplo, Samba Fusion, Maraca’turn, Iemanjá walk, Forró Shimmie, Frevo Jump #1, Frevo Jump #2.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

VÍDEOS - FESTIVAL ETNOTRIBES

Eu estava ansiosa por estes vídeos, já que achei alguns pipocando por aí, quero compartilhá-lhos! 
Aqui tem as fotos:
Show de Gala SIMBIOSE | EtnoTribes Festival 2014 - 1º de agosto (sexta-feira) Teatro ISBA
Foto: Andréa Magnoni Fotógrafa
 — com Joline Andrade e Joline Andrade.

TEASER:

VÍDEOS:


Tribal Bells por Priscila Sodré | Show de Gala | EtnoTribes Festival


SHOW Gala EtnoTribes Festival & Grupo Musical Pedra Branca


Kilma Farias - EtnoTribes Festival

Cia Lunay - EtnoTribes Festival


Marcelo Justino - EtnoTribes Festival

Valkirias - EtnoTribes Festival

Diana Magnavita - Musical Fusion EtnoTribes Festival


Tribal Fusion - EtnoTribes Festival - Camila Middea


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sábado, 19 de julho de 2014

VÍDEOS - KILMA FARIAS

Homenagem a Ruth St. Denis - Kilma Farias



Ruth Saint Denis (1879-1968), bailarina e coreógrafa, seus primeiros trabalhos são indicativos de seu interesse no misticismo exótico e a espiritualidade. Depois de ver uma imagem da deusa egípcia Isis em uma campanha de cigarros, Saint Denis começou a pesquisar a dança da Ásia, principalmente da Índia, junto com Ted Shawn, também bailarino, tornaram-se conhecidos por suas produções com estilo oriental. Apresentou seu primeiro solo, Rhada, em Nova York no ano de 1906.

Fundadora da escola de dança Denishawn, inaugurada em 1914, uma parceria com seu esposo Ted Shawn. Martha Graham foi uma das mais famosas alunas, entre outros como Doris Humphrey e Charles Weidman. Em 1938 criou o programa de dança da Universidade Adelphi, um dos primeiros departamentos de dança em uma universidade norte-americana. Faleceu em 1968 deixando publicada sua biografia An unfinished life.


 

  
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terça-feira, 20 de maio de 2014

O TRIBAL NO BRASIL - MARCELO JUSTINO

MARCELO JUSTINO
O TRIBAL NO BRASIL - MARCELO JUSTINO

Conheci o estilo Tribal Brasil com a nossa querida Kilma Farias e a Cia. Lunay aqui mesmo, no Campo das Tribos. Foi uma experiência apaixonante.
Participei de diversas oficinas de danças populares brasileiras antes de ter a oportunidade de conhecer o trabalho de Kilma, mas, essas oficinas nunca me encantaram. Sempre achava tudo muito simplista, apenas uma grande festa, como a maioria das nossas danças populares.
O trabalho da Cia. Lunay conseguiu finalmente me fascinar. Encontrei a fusão de movimentos que eu gostava de dançar com os ritmos brasileiros e, muitos deles difíceis e desafiadores. Me lembro como me senti quando aprendi pela primeira vez o “samba fusionado”… nossa! Me senti um completo desleixo.
Sai do workshop maravilhado e ao mesmo tempo me sentindo incapaz. Passei horas, dias treinando para conseguir executar aquele desafiador “samba fusionado” e até hoje o uso em meus trabalhos.
Trabalhar com nossa própria cultura pra mim é complicado, porque o acesso às nossas tradições é muito difícil, principalmente em São Paulo onde quase não se tem resgate da cultura popular e o mais louco ainda, sou do interior. Consegui ter acesso a cultura popular brasileira na capital onde se encontra a maioria dos grupos que desenvolvem esse tipo de trabalho.
Depois desse primeiro contato com a Cia. Lunay, participei de diversas oficinas de dança em São Paulo e pude conhecer o bailarino e professor, Deca Madureira. Foi na oficina de Deca que recebi o convite para fazer parte de sua companhia, Cia. BrasílicaDeca Madureira desenvolve um trabalho que foi nomeado pelo mesmo de Dança Brasílica que, na minha visão simplista, são as danças populares modernizadas com preparação para serem trabalhadas em palcos. Meu grande aprendizado de danças populares foi com esse mestre, que me deu o embasamento para desenvolver meu trabalho de pesquisa dentro do estilo Tribal Brasil.
Kilma Farias definiu de forma clara o que é o estilo Tribal Brasil em um dos workshops que participei com a mesma:  “…não basta usar uma musica brasileira em seu trabalho e chamá-lo de Tribal Brasil, é necessário ter elementos das nossas danças, das nossas origens dentro da sua fusão…” Essa definição ficou muito clara pra mim e levo como verdade no meu trabalho, que consiste em usar música, dança e artesanato brasileiro para compor qualquer coreografia e figurino.
Acredito que alguns não aprovam o estilo e creio ser por desconhecimento da nossa própria cultura e que nem todos gostam e até desdenham o título Tribal Brasil. Já passei por situações de preconceito e aprovação aqui e fora do Brasil.
Dois exemplos de situações que já passei:
  1. Em Lisboa, quando estava com meu figurino de Iemanjá, uma portuguesinha linda chegou pra mim e perguntou:
    - Você vai dançar Iemanjá?
    Aquilo me pegou de surpresa e me deixou muito feliz! Estar em outro país e uma desconhecida reconhecer o que eu pretendia retratar, foi uma satisfação pessoal enorme.
  2. Por outro lado, em um outro país, com um outro trabalho, um jurado disse que o que eu estava dançando não tinha nada a ver com a música (até hoje me pergunto se ele fala e entende tão bem o português, já que não estava em um país de língua portuguesa), que o figurino não tinha nada a ver, que ele não tinha entendido nada, que ele simplesmente não tinha gostado.Não espero e nunca esperei agradar a todos, mas coloco esses dois pontos apenas para ilustrar que o estilo Tribal Brasil é algo ainda mais novo do que o próprio Tribal Fusion. Tenho os meus conceitos, que levo como verdade e sei o que quero como fundamento dos meus trabalhos. Estou em constante busca do meu próprio estilo. Não estou livre de erros, como qualquer outro profissional, mas estarei sempre estudando, pesquisando e desenvolvendo aquilo que eu acredito e que gosto como fusão dentro do Tribal e que tenho muito orgulho de chamar de Tribal Brasil.
Texto extraído do blog Campo das Tribos, postado em outubro de 2013: 

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sexta-feira, 18 de abril de 2014

ETNOTRIBES FESTIVAL - BAHIA

ETNOTRIBES FESTIVAL Dança e Música Étnica Contemporânea An Avant-Garde Fusion Experience 

O EtnoTribes Festival 2014 ocorrerá no período de 31 de julho à 4 de agosto na cidade de Salvador-BA.

Foi contemplado pelo Edital Setorial de Dança promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia e tem o patrocínio do Fundo de Cultura. Dirigido por Joline Andrade (BA), este festival tem como foco central criar um espaço de reconhecimento e produção de conhecimentos em torno do que representa o labor da dança e música étnica contemporânea e suas misturas interculturais. O projeto visa a formação artística/cultural de artistas de diversas cidades brasileiras através de oficinas e workshops de dança e música como também de debates, por meio da promoção de 27 horas de atividades formativas (sendo 21 horas GRATUITAS) com profissionais dos Estados Unidos, São Paulo, Belo Horizonte, João Pessoa e Salvador. Além de propor os cursos de formação, o evento contará com a produção do espetáculo intitulado Simbiose e do Pocket Show

Serão 4 oficinas com 3 horas de duração, 4 oficinas com 2 horas de duração, 1 debate com 1 hora de duração e 1 workshop internacional com 6 horas de duração. O Pocket Show acolherá os estudantes de dança inscritos e será realizado no Espaço Xisto no dia 31/07, às 20h00. 

O Espetáculo Simbiose será apresentado na sexta, dia 01/08 às 20h00, no Teatro ISBA. As demais atividades ocorrerão ao longo de todo o festival, nas salas da Escola Contemporânea de Dança. Os artistas convidados para o EtnoTribes Festival participarão do espetáculo e/ou irão propor os atividades formativas. São eles: Joline Andrade (BA), NagaSita (EUA), Kilma Farias (PB), Priscila Patta CM (MG), Fernanda Guerreiro (BA), Govinda Vallabha (BA), Vera Passos (BA), Lucimar Cerqueira (BA), Aline Goes (BA) e o grupo Pedra Branca (SP) representados por Luciano Sallun, Aquiles Ghirelli, Ricardo Mingardi e Laíz Latenek. O espetáculo irá fundir dança, música e culturas distintas numa simbiose tribal. Será divido em duas partes: no primeiro ato o grupo Pedra Branca irá apresentar seu repertório musical em parceria com as dançarinas Lais Latenek e Joline Andrade; no segundo ato os demais artistas, grupos e dançarinos convidados de todo o Brasil apresentarão seus trabalhos coreográficos junto a convidade internacional NagaSita (EUA). 

 Joline Andrade Direção Geral 
 Priscila Sodré Produção Executiva

segunda-feira, 24 de junho de 2013

ENTREVISTAS - KILMA FARIAS - PARTE 2

Aerith entrevista Kilma Farias
BLOG: O evento Caravana Tribal Nordeste(CTNE), sob direção e produção sua, de Bela Saffe, Cibelle Souza e Aquarius Tribal Fusion (ATF), é um dos eventos que se destaca no país, unindo quatro cidades nordestinas durante o ano. Conte-nos como surgiu a idéia do evento, sua proposta e objetivos, organização e elaboração deste,bem como a repercussão do mesmo para a comunidade tribal quanto para seu público no Nordeste Brasileiro. Vocês tem pretensão em ampliar o alcance dos estados do nordeste que se envolvem com o evento? 
Caravana veio com tudo em 2010, e o objetivo principal sempre foi difundir e fomentar a pesquisa do Tribal Brasil. Sendo um evento itinerante, a Caravana estava a cada dois meses em uma cidade diferente, entre João Pessoa, Natal, Salvador e Recife. Os eventos continham workshops de tribal, oficinas de danças populares e show.

A ideia surgiu quando estávamos eu e Bela conversando na recepção da Bele Fusco em São Paulo. Na ocasião eu estava ministrando um workshop de Tribal Fusion e antes de começar, troquei uma ideia com a Bela que me contou que também amava as fusões com danças afro-brasileiras. Daí então, pensamos na possibilidade de um festival onde pudéssemos convidar as pessoas a produzirem seus trabalhos nesse contexto. E de muitas conversas surgiu a Caravana Tribal Nordeste. Outro dia, em minha casa, em João Pessoa, a Alê Carvalho, do Aquarius, se propôs a escrever o projeto e daí com ele pronto colocamos em prática. Convidamos a Shaman, que aceitou o convite, e começamos a trabalhar.

O primeiro ano foi dureza porque fomos aprendendo com os erros e, mesmo assim, realizamos 4 edições e uma especial com a presença de Sharon Kihara e Bele Fusco. Também produzimos documentários para que as praticantes de outras regiões do Brasil tomassem conhecimento do que estávamos realizando aqui por essas bandas.


O segundo ano foi bem mais tranquilo, inclusive aqui em João Pessoa, consegui aprovar projeto pelo Fundo Municipal de Cultura (FMC), o que possibilitou pagar excelente cachê a cada professor, ao documentarista, iluminador, arte e divulgação, etc.

Em 2012 tivemos uma mudança. A Shaman se despede da Caravana e passa a realizar o Shaman’s Fest. A Bela Saffe, em Salvador, também passou a trazer convidadas internacionais. Em Recife e João Pessoa continuamos com a mesma proposta de pesquisa do Tribal Brasil e sempre que possível participamos da edição de Salvador, a exemplo da edição com Mira Betz.

Todas as colaborações são muito bem-vindas. Ano passado a Nadja El Balady esteve na edição de Recife ministrando aulas e contribuindo com a pesquisa do Tribal Brasil. Ou seja, basta querer fazer parte :)

Não estamos buscando ampliar, envolver outros estados do Nordeste nem de outras regiões do Brasil. Mas se isso acontecer espontaneamente será muito bom. Em Fortaleza temos parceiras, no Maranhão também, mas não chegaram ainda a proporem sediar uma Caravana. Por enquanto seguimos sem pressa, curtindo os estudos e descobertas do caminho. 
BLOG: Deixe um recado para os leitores do blog.
Dance, não como se fosse o seu último gesto no mundo, mas como se fosse sempre o primeiro. Buscando descobrir um caminho novo para o braço, para o quadril, escutando o que vem de dentro, percebendo suas reais possibilidades e transformando tudo isso em comunicação. Sinta com todo o corpo; sinta com os pés, com os seios, com as costas, com os cabelos e deixe que cada parte comunique ao todo sua verdade. A dança que me emociona é aquela que transcende a estética, transcende a matéria, porque começa primeiro na nossa alma. E esta, por sua vez, se comunica com o mundo exterior através do corpo que se utiliza, ou não, da técnica. Dancemos a vida!

ENTREVISTA COMPLETA COM FOTOS E VÍDEOS:
  
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